Autarca de Nova Iorque alerta para possíveis “agitadores” na audiência de Trump

O presidente do município de Nova Iorque, Eric Adams, um ex-polícia, alertou hoje para que potenciais “agitadores” possam surgir na cidade durante a histórica acusação formal do ex-presidente Donald Trump, em tribunal na terça-feira.

“Num momento em que podem vir agitadores à nossa cidade na terça-feira, a nossa mensagem é clara e simples: mantenha o controlo”, disse Adams durante uma breve conferência de imprensa com a chefe da polícia nova-iorquina, Keechant Sewell, que colocou todos os seus 35.000 agentes “em alerta” desde sexta-feira, antes da chegada de Trump à cidade.

O magnata partiu hoje da sua mansão em Mar-a-Lago, na Florida, para travar uma batalha jurídica em Nova Iorque, onde é acusado formalmente num caso que envolve o pagamento de suborno à atriz pornográfica Stormy Daniels para garantir o seu silêncio face a um caso extraconjugal.

Trump deixou a sua luxuosa residência em Mar-a-Lago, tendo sido seguido por uma longa fila de carros até ao aeroporto e passado por vários apoiantes que consideraram esta acusação “um insulto” e acreditam que será o “próximo Presidente” norte-americano.

O magnata do imobiliário, nascido em Nova Iorque e onde prosperou em várias áreas de negócio, deve ser intimado na terça-feira a partir das 14h15 (hora local, mais cinco em Portugal continental) num processo-crime que ainda foi tornado público.

Diante do juiz, Trump irá declarar-se “inocente” porque “não há crime”, segundo a sua defesa.

Após comparecer perante o juiz e passar por um protocolo que incluirá a retirada de impressões digitais e fotografias, Donald Trump deverá então ser libertado enquanto se aguarda a organização do seu julgamento.

Esta que é a primeira acusação de um ex-presidente na história dos Estados Unidos da América (EUA) – quando Trump também é candidato à Casa Branca em 2024 – e acarretou grandes desafios de segurança, com as autoridades a prepararem-se para possíveis manifestações.

Ainda não são conhecidas as acusações que o ex-presidente Republicano enfrentará, mas alguns dos seus aliados mais fiéis saíram em sua defesa, como é o caso da congressista Marjorie Taylor Greene, que anunciou que estará na terça-feira em Nova Iorque para protestar contra esta acusação.

Um dos elementos mais radicais pró-Trump dentro do partido Republicano, Greene classificou o processo contra o ex-presidente de “caça às bruxas” e pediu o apoio dos seus mais de 600 mil seguidores na rede social Twitter.

Nas últimas semanas, antecipando a sua acusação, Donald Trump tem exortado os seus apoiantes a protestarem, mas registaram-se poucas manifestações públicas de apoio pelo país.

Levantaram-se então questões sobre se Trump, o candidato republicano líder na corrida presidencial de 2024 que mantém seguidores devotos, ainda tem o mesmo poder de mobilização como o que teve no ataque ao Capitólio de 06 de janeiro de 2021.

A segurança do procurador distrital de Manhattan, Alvin Bragg, responsável por liderar esta investigação contra Trump, também tem sido uma das prioridades das autoridades de Nova Iorque, uma vez que já recebeu pelo menos uma ameaça de morte.

Até ao momento, um dos poucos protestos agendados para terça-feira é o do ‘New York Young Republican Club’, que se juntará aos esforços de Marjorie Taylor Greene.

O ‘New York Young Republican Club’ já tinha convocada um outro protesto em defesa de Trump, em 20 de março, em frente ao tribunal criminal de Manhattan, mas na ocasião apenas cerca de 20 apoiantes compareceram.

Em contraste com a falta de apoio a Trump, dezenas de equipas de reportagem têm-se acumulado nas últimas semanas em frente às grades de metal instaladas pela Polícia de Nova Iorque ao redor do tribunal, evidenciando o grande interesse – nacional e internacional – que este caso tem despertado.

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Lusa/Fim

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