Republicanos aceitam aumentar teto da dívida dos EUA se Casa Branca gastar menos

O líder da Câmara de Representantes dos EUA, Kevin McCarthy, prometeu hoje aprovar a legislação para aumentar o teto da dívida norte-americana, com a condição de limitar os gastos federais futuros.

Durante um discurso na Bolsa de Valores de Nova Iorque, McCarthy disse que a carga da dívida do país é uma “bomba-relógio” e que o Presidente Joe Biden se alheou do problema, quando se aproxima o prazo limite para poder aumentar o limite da dívida, que permitirá ao Governo dos EUA continuar a funcionar.

“Como o Presidente continua a esconder-se, os Republicanos da Câmara de Representantes terão de entrar em ação”, prometeu McCarthy, que anunciou estar a trabalhar numa proposta que permite ao Governo dos EUA assegurar fundos por mais um ano, se obedecerem a algumas condições de controlo de gastos.

A Casa Branca já reagiu a esta proposta, através do porta-voz Andrew Bates, que disse que McCarthy está a tentar “fazer reféns económicos”.

A Casa Branca acusa ainda o líder da maioria Republicana na Câmara de Representantes de “quebrar a tradição” de procurar um consenso dos dois partidos sobre matérias orçamentais.

Bates disse ainda que os Republicanos estão a “ameaçar os empregos e a economia dos norte-americanos”.

Os Estados Unidos arriscam uma crise devido à necessidade de aumentar o limite da dívida do país, que se situa agora em 31 biliões de dólares (cerca de 28 biliões de euros), para evitar uma situação de falência orçamental.

O Departamento do Tesouro já anunciou que está a preparar medidas extraordinárias para continuar a pagar as contas do Governo federal, mas os cofres do Estado apenas têm recursos até ao final do verão.

Os Republicanos consideram que o problema foi criado pela estratégia despesista da Casa Branca de Biden e ameaçaram deixar o Governo bloqueado, mas hoje McCarthy prometeu aprovar um projeto de lei na Câmara de Representantes que aumenta o limite da dívida do país por um ano, obrigando os gastos federais a não ultrapassar 1% do Produto Interno Bruto.

Com esta decisão, o problema de cenário de ‘default’ repetir-se-á no próximo ano, nas vésperas das eleições presidenciais de 2024.

Em contrapartida, os Republicanos querem que o Governo Democrata ceda em alguns pontos da sua estratégia, incluindo que aceite cortes em programas de assistência na rede de segurança social federal para os norte-americanos em mais difícil situação económica.

Ainda antes das palavras de hoje do líder da maioria na Câmara de Representantes, a Casa Branca tinha classificado o plano Republicano como mera estratégia de propaganda política.

“Existe uma solução responsável para o limite da dívida: abordá-lo prontamente, sem receios”, disse o vice-secretário de imprensa da Casa Branca, Andrew Bates.

Para cumprir o seu plano hoje apresentado, McCarthy já começou a trabalhar, procurando envolver as várias famílias políticas do Partido Republicano num projeto de legislação que deverá ser apresentado a Biden, para iniciar negociações.

O problema dos excessos de gastos federais acentou-se durante a pandemia de covid-19, que o Governo dos EUA combateu com um investimento adicional que fez subir a despesa para mais de sete biliões de dólares.

Nos últimos anos, os Estados Unidos registaram défices superiores a um bilião de dólares.

A Casa Branca e os Democratas na Câmara de Representantes não estão dispostos a negociar com os Republicanos, alegando que o Congresso deve simplesmente aumentar o limite da dívida sem quaisquer condições.

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Lusa/Fim

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