O Presidente mais velho na história dos EUA procura a reeleição após quatro anos conturbados

Joe Biden, que em janeiro de 2021 se tornou o Presidente mais velho na história dos Estados Unidos, aos 78 anos e 61 dias, anunciou hoje a sua recandidatura ao cargo, depois de quatro anos de uma liderança conturbada.

Biden tinha, então, cerca de mais três meses que Ronald Reagan quando este acabou o seu segundo mandato, em 1989. Agora, aos 80 anos, o chefe de Estado que nasceu em Scranton, Pensilvânia, anunciou a intenção de se manter no cargo até 2029.

Eleito em 1972 senador do Delaware pelo Partido Democrata, Joseph Robinette Biden Jr. teve desde cedo um diálogo com comunidades afro-americanas.

O “assalto” à Casa Branca ocorreu em três ocasiões: 1988, quando fracassou devido a acusações de plágio, 2008, quando acabou com ‘vice’ de Barack Obama, e, finalmente, em 2020, acabando por vencer o Presidente incumbente, Donald Trump.

Eleito ao lado de Kamala Harris, a primeira mulher negra e sul-asiática na vice-presidência, a promessa de Biden assentava num regresso à normalidade após a pandemia e Trump. E, no início, o país apresentou elevadas taxas de vacinação, o crescimento económico elevado e taxas de desemprego baixas e um regresso de protagonismo internacional, depois de um relativo encerramento da administração Trump à política global.

O estado de graça de Biden não se prolongou durante muito tempo, acabou logo no verão de 2021 quando os norte-americanos foram surpreendidos com uma retirada caótica do Afeganistão e com o início de uma subida histórica da inflação.

Desde aí que a popularidade de Biden tem caído, levando a dúvidas também junto do Partido Democrata quanto à possibilidade da reeleição.

Ainda assim, o 46.º Presidente dos EUA alcançou o que podem ser considerados vários sucessos neste mandato, como a orquestração da resposta ocidental à invasão russa – e visita surpresa em Kiev em vésperas do aniversário do conflito – ou as reformas económicas e os pacotes de apoio para fazer frente à China.

Com o anúncio hoje feito, quatro anos depois de lançar a campanha eleitoral que o levou à Casa Branca, Biden está agora autorizado a iniciar atividades para angariar dinheiro diretamente para a sua campanha, planeando jantar na sexta-feira na capital norte-americana com os principais doadores democratas e líderes do Comité Nacional Democrata, órgão executivo do partido.

Para constar nos boletins que serão presentes a milhões de norte-americanos no dia 05 de novembro de 2024, Biden terá de ultrapassar, nas primárias, os outros candidatos democratas. Por agora, a lista declarada conta com o advogado ambiental Robert F. Kennedy Jr., conhecido também pela sua postura antivacinas, e a autora de autoajuda Marianne Williamson.

Já do lado dos Republicanos, além do ex-Presidente Donald Trump, encontram-se na corrida a antiga embaixadora dos EUA na ONU, Nikki Haley, o governador do Arkansas Asa Hutchinson, o apresentador de rádio Larry Elder e o empreendedor Vivek Ramaswamy.

Por agora, e a quase 20 meses de acabar o seu mandato atual, surgem as dúvidas quanto ao rumo da liderança de Biden, embora os seus assessores insistam que não haverá grandes mudanças, mas as sondagens mostram que o Presidente não conquista uma grande confiança junto da população.

Uma sondagem da Associated Press-NORC Center for Public Affairs Research, realizada na semana passada concluiu que 26% dos americanos – e apenas cerca de metade dos democratas – querem ver Biden a concorrer novamente. No entanto, 81% dos democratas disseram que iriam, “pelo menos provavelmente” apoiar o Presidente numa eleição geral.

JO // JPS

Lusa/Fim

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