Ex-agente da polícia declara-se culpado do homicídio involuntário de George Floyd

Um antigo agente da polícia de Minneapolis confessou-se hoje culpado da acusação de cumplicidade no homicídio de George Floyd em 2020.

Como parte do acordo da defesa, Thomas Lane terá uma acusação de cumplicidade no homicídio involuntário de segundo grau.

Lane, juntamente com J. Alexander Kuengand e Tou Thao, já tinha enfrentado as acusações federais de ter violado deliberadamente os direitos de Floyd, durante a imobilização da vítima em maio de 2020, que acabou por resultar na sua morte.

O estado avançou com uma pena de três anos para Lane, o que fica abaixo das diretrizes de sentença estatais, e concordou em permitir que o acusado cumpra o tempo numa prisão federal.

O procurador-geral Keith Ellison, cujo gabinete processou o caso, emitiu uma declaração, na qual afirmou que estava satisfeito por Lane ter reconhecido a sua responsabilidade na morte de Floyd.

“Reconhecer que fez algo errado é um passo importante para curar as feridas da família Floyd, da nossa comunidade e da nação”, afirmou Ellison.

“Apesar de esta responsabilização estar longe de fazer justiça, este é um momento significativo para o caso e uma resolução necessária na nossa jornada contínua para a justiça”, referiu.

Tanto o advogado do acusado como o próprio Lane preferiram não prestar comentários e a sua condenação está agendada 21 de setembro.

O antigo colega, Derek Chauvin, também se declarou culpado no ano passado à acusação federal de violação dos direitos civis de Floyd e enfrenta agora uma sentença que vai de 20 a 25 anos.

Anteriormente Chauvin chegou a ser condenando por homicídio e homicídio involuntário, com uma pena de 22 anos e meio no caso estadual.

O caso de Lane, que é caucasiano, reaparece durante uma semana que abalou os Estados Unidos da América, com a morte de 10 negros em Bufallo, Nova Iorque, às mãos de um homem branco de 18 anos, que levou a cabo um tiroteio racista e transmitido em direto num supermercado.

George Floyd morreu a 25 de maio de 2020, com 46 anos, depois de Chauvin, um agente de polícia branco, o ter imobilizado no chão com um joelho no pescoço, apesar de Floyd ter repetidamente alertado que não conseguia respirar.

Lane e Kueng ajudaram a restringir os movimentos de Floyd, que estava algemado, sendo que Lane segurou as pernas do homem e Kueng ajoelhou-se nas suas costas.

Thao impediu que os transeuntes interviessem durante os nove minutos e meio da detenção.

Lane foi condenando juntamente com Kueng e Thao por acusações federais em fevereiro, depois de um julgamento que durou um mês e se centrou na formação dos agentes e na cultura dentro do departamento da polícia.

Os três acabaram acusados por privar Floyd do direito a cuidados médicos e por não terem parado o colega Chauvin durante o assassinato, que foi apanhado em vídeo e desencadeou vários protestos contra a injustiça racial em Minneapolis e em todo o mundo.

Kueng e Thao estão agendados para julgamento em junho, sob acusação do estado.

BZF/JH // JH

Lusa/Fim

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