EUA impõe sanções contra mais empresas chinesas por abusos contra uigures

O Departamento de Comércio dos Estados Unidos anunciou hoje que acrescentou cerca de 30 empresas, incluindo indústrias de biotecnologia chinesas, à lista negra de entidades acusadas de violações dos direitos humanos contra os uigures em Xinjiang.

“A investigação científica em biotecnologia e inovação médica pode salvar vidas. Infelizmente, a República Popular da China opta por usar essas tecnologias para controlar o seu povo e eliminar membros de grupos étnicos e religiosos minoritários”, lamentou a secretária de Estado do Comércio norte-americana, Gina Raimondo, num comunicado de imprensa.

Ao todo, 37 entidades foram acrescentadas à lista de empresas acusadas de envolvimento em atividades “contrárias à política externa e aos interesses de segurança nacional dos Estados Unidos”.

A lista inclui empresas chinesas, mas também sociedades da Geórgia, Malásia e Turquia, de acordo com o documento que deve ser divulgado oficialmente na sexta-feira.

Grupos de direitos humanos relataram que a China está a exercer uma vigilância sem precedentes sobre a população predominantemente muçulmana uigure na região noroeste de Xinjiang.

Os institutos de investigação visados pelos EUA incluem centros especializados em transfusões de sangue, bioengenharia e toxicologia.

“Os Estados Unidos continuarão a opor-se fortemente aos esforços da China e do Irão para transformar as ferramentas que contribuem para a prosperidade da humanidade em ferramentas que ameaçam a segurança e a estabilidade globais”, concluiu Gina Raimondo.

Várias organizações denunciaram que mais de um milhão de uigures e outros muçulmanos de língua turca estão a ser mantidos em campos de concentração na tentativa de erradicar as suas tradições culturais.

Os Estados Unidos consideram que se trata de uma campanha de genocídio e, alegando preocupações com os direitos humanos, planeiam boicotar a representação oficial nos Jogos de Inverno de Pequim no próximo ano.

Pequim diz que se trata de “centros de treino vocacional” e explica que, como muitos países ocidentais, o Governo está a tentar reduzir a influência de movimentos islâmicos radicais.

RJP // PAL

Lusa/Fim

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