EUA e Reino Unido prometem continuar a ajudar a Ucrânia após contraofensiva

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, e o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, James Cleverly, prometeram hoje que os seus países continuarão a apoiar a Ucrânia depois da contraofensiva de Kiev para expulsar as tropas russas.

“Temos de continuar a apoiá-los independentemente do êxito da contraofensiva no campo de batalha, porque este conflito não terminará até que seja solucionado adequadamente”, disse Cleverly numa conferência de imprensa após reunir-se com Blinken em Washington.

O chefe da diplomacia britânica sublinhou que esta guerra “não é um filme” e recordou que “não há garantias” de que a contraofensiva seja bem-sucedida, apesar de os ucranianos terem demonstrado ser “muito eficazes” no que respeita a repelir a agressão russa.

Nesse sentido, defendeu a necessidade de continuar a apoiar o Governo do Presidente Volodymyr Zelensky, ao mesmo tempo negando que o Reino Unido e os Estados Unidos se tenham confrontado a propósito do envio de armamento.

“Trabalhamos em estreita colaboração: a natureza dos nossos exércitos é diferente, os nossos sistemas políticos são diferentes. Há coisas que o Reino Unido pode fazer mais rapidamente e coisas que os norte-americanos podem fazer melhor”, esclareceu Cleverly.

“Estou completamente de acordo com o meu amigo. Apoio firmemente o que acaba de dizer. Temos exatamente a mesma perspetiva”, acrescentou Blinken.

O secretário de Estado norte-americano negou a ideia de que dentro do seu país esteja a diminuir o apoio à Ucrânia e afirmou que o presidente da Câmara dos Representantes, o republicano Kevin McCarthy, expressou numa “forte declaração” a sua determinação de manter a ajuda à Ucrânia.

Blinken também rejeitou as críticas de que o Governo do Presidente norte-americano, o democrata Joe Biden, se preocupa mais com a guerra na Ucrânia do que com problemas internos dos Estados Unidos, como a violência armada ou a crise dos opiáceos.

“Não é um jogo de soma zero. Temos a responsabilidade de lidar com os desafios que temos no nosso país e com os desafios que temos em todo o mundo”, defendeu.

Os Estados Unidos, o maior doador de armamento à Ucrânia, anunciou hoje um novo pacote de ajuda militar avaliado em 1.200 milhões de dólares (1.094 milhões de euros) e cujo objetivo é fortalecer as defesas aéreas ucranianas perante os contínuos ataques russos com ‘drones’ (aeronaves não-tripuladas), ‘rockets’ e mísseis.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,6 milhões de pessoas – 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,1 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa – justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra, que hoje entrou no seu 440.º dia, 8.791 civis mortos e 14.815 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

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Lusa/Fim

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