Covid-19: Imprensa portuguesa na diáspora reclama ajuda anual e não extraordinária

O Governo atribuiu 200.000 euros a 31 órgãos de comunicação social portugueses em 11 países para mitigar a crise causada pela covid-19, um valor considerado “simbólico” para alguns, mas que o setor gostaria que fosse anual e não extraordinário.

O presidente da Plataforma – Associação dos órgãos de comunicação social portugueses no estrangeiro, Carlos Pereira, disse à agência Lusa que este montante foi “bem-vindo”, mas que não garante a sobrevivência dos media na diáspora que atravessam uma crise profunda.

Esta ajuda extraordinária do Governo português através da compra de publicidade institucional foi distribuída pelos 31 órgãos de comunicação social, cabendo à Rádio Alfa, em França, o maior valor: 40.000 euros.

Carlos Pereira, que é diretor do LusoJornal, distribuído em França, gostaria de ver estendido à diáspora o apoio anual que o Governo atribui aos órgãos de comunicação social em Portugal, também através da compra de publicidade.

“A crise ainda não passou e não vai ser fácil ultrapassar o impacto da covid-19, com os postos de distribuição dos jornais encerrados devido ao confinamento, além das quebrais abruptas dos contratos de publicidade das várias empresas que também estão em crise”, disse.

Segundo Carlos Pereira, a Plataforma já expos a situação à secretária de Estado das Comunidades Portuguesas, alertando-a para o risco de alguns órgãos de comunicação social fecharem mesmo as portas, como aconteceu com a Gazeta Lusófona, na Suíça.

Contactada pela Lusa, fonte do gabinete da secretária de Estado das Comunidades Portuguesas, Berta Nunes, indicou que a distribuição dos 200.000 euros “teve em conta as perdas registadas por estes órgãos de comunicação social na diáspora”.

“A publicidade institucional já adquirida, e inteiramente paga, que diz respeito ao período até 31 de dezembro de 2020, tem sido publicada de acordo com o que foi contratualizado com cada um dos órgãos de comunicação social na diáspora e está relacionada com matérias de interesse da política externa portuguesa”.

Entre os vários temas abordados nestas campanhas publicitárias adquiridas pelo Governo português está a “promoção do ensino da língua portuguesa, informações relevantes dirigidas às comunidades portuguesas no contexto da atual pandemia, divulgação de ações e informações tidas por relevantes pela rede diplomática e consular”.

Também abrange os programas dirigidos às comunidades portuguesas, como o Programa Nacional de Apoio ao Investimento da Diáspora, o Estudar e Investigar em Portugal, o concurso de apoio ao movimento associativo das comunidades portuguesas e, no caso do Reino Unido, as candidaturas ao estatuto de residente permanente no âmbito do EU Settlement Scheme.

A Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas reconhece que “a comunicação social é um setor particularmente afetado no atual contexto da pandemia de covid-19”.

Os 31 órgãos de comunicação social contemplados por este apoio extraordinário situam-se na África do Sul, Alemanha, Bélgica, Brasil, Canadá, Espanha, EUA, França, Luxemburgo, Reino Unido e Venezuela.

SMM // PJA

Lusa/Fim

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