Blinken considera gasoduto Nord Stream 2 uma “má ideia” para Europa e os EUA

 O secretário de Estado norte-americano lembrou hoje em Bruxelas que a construção do gasoduto Nord Stream 2, que trará gás russo para a Alemanha, é uma “má ideia” para a Europa e para Washington.

“O Presidente [norte-americano, Joe] Biden foi muito claro ao dizer que acredita que o gasoduto é uma má ideia. Má para a Europa e má para os Estados Unidos. Em última análise, vai contra as próprias metas de segurança energética da União Europeia. Tem potencial para minar os interesses da Ucrânia, Polónia, outros parceiros próximos ou aliados”, disse Anthony Blinken à chegada na reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros da NATO, que se realiza hoje e na quarta-feira a Bruxelas.

Durante a visita, o secretário de Estado norte-americano vai reunir-se a sós com seu homólogo alemão, Heiko Maas, para reiterar a posição dos Estados Unidos em relação ao gasoduto.

Além disso, o secretário de Estado lembrou que a legislação norte-americana exige a imposição de sanções às empresas que participarem na construção do gasoduto.

Blinken sublinhou ainda o “firme” compromisso do seu país com a NATO e destacou a intenção de Washington de “revitalizar” a Aliança.

“Vim aqui para expressar o firme compromisso dos Estados Unidos com a Aliança, que tem sido a pedra angular da paz, prosperidade e estabilidade para a comunidade transatlântica por mais de setenta anos”, disse.

“Queremos revitalizar a Aliança para garantir que é forte e eficaz contra as ameaças de hoje, como foi no passado”, disse Blinken, considerando que a NATO se encontra num momento “fundamental”.

Por seu lado, o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, observou que existe agora uma “oportunidade única para iniciar um novo capítulo nas relações transatlânticas” e saudou a mensagem de Biden para “reconstruir alianças e fortalecer” a organização liderada por um político norueguês.

Stoltenberg disse que atualmente os aliados enfrentam desafios globais, como ações “desestabilizadoras” da Rússia, terrorismo, ataques informáticos, proliferação nuclear, tecnologias disruptivas, a ascensão da China e o impacto das mudanças climáticas na segurança.

“Nenhum país e nenhum continente pode enfrentar esses desafios sozinho. Nem a Europa sozinha, nem a América sozinha, mas pode acontecer com a Europa e a América juntas na NATO”, disse o secretário-geral da NATO.

Durante a reunião ministerial que começa hoje, será discutido o futuro da presença militar aliada no Afeganistão, onde a NATO mantém uma missão de assessoria, apoio e treino para as forças de segurança locais.

O Presidente Biden disse na última quarta-feira numa entrevista à rede americana ABC que a retirada acordada por seu antecessor, Donald Trump, poderia ser adiada dependendo se os rebeldes respeitarem os compromissos ou não.

O prazo de 01 de maio para a saída das tropas, estabelecido num acordo entre a administração Trump e os talibãs, “pode ser cumprido, mas é difícil” chegar lá, disse Biden.

Hoje, Blinken sublinhou em qualquer caso que a NATO está determinada a garantir que o Afeganistão não se torne um “porto seguro para terroristas” novamente.

O secretário de Estado norte-americano expressou ainda as suas condolências aos familiares das vítimas do novo tiroteio nos Estados Unidos, que deixou dez mortos na segunda-feira num supermercado em Boulder, no Colorado.

CSR // FPA

Lusa/Fim

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