Papa pede medidas concretas para erradicar crimes sexuais por parte do clero
O papa pediu esta quinta-feira, na abertura de uma cimeira histórica, “medidas concretas e efetivas” para erradicar os abusos sexuais por parte do clero, porque não basta condenar esses crimes.
“O povo de Deus está a ver-nos e espera que nós, não só condenemos, mas que tomemos medidas concretas e efetivas”, afirmou o papa Francisco perante 190 representantes da hierarquia religiosa, reunidos numa cimeira sem precedentes na história da igreja para abordar os abusos sexuais cometidos por membros do clero.
O papa argentino vai tentar convencer, nos próximos dias, os presidentes das Conferências Episcopais da Igreja Católica no mundo da sua responsabilidade individual face às agressões sexuais a menores.
Ouvir as vítimas, aumentar a consciência, aumentar o conhecimento, desenvolver novos procedimentos, e partilhar boas práticas são alguns dos objetivos do encontro.
O encontro sobre a “Proteção dos menores na Igreja”, que se realizará, no Vaticano focará três temas principais: responsabilidade, assunção de responsabilidades e transparência.
O papa anunciou a sua presença em todas as sessões e momentos de oração da cimeira que reunirá 114 conferências episcopais: 36 da África, 24 da América do Norte, América Central e América do Sul, 18 da Ásia, 32 da Europa, incluindo Portugal, e quatro da Oceânia.
Segundo a comissão organizadora da cimeira, os participantes “trabalharão juntos para responder a este sério desafio” estando prevista também a participação de algumas vítimas.
Na preparação deste encontro a comissão organizadora da cimeira pediu aos presidentes das conferências episcopais para ouvir as vítimas nos seus países.
A Conferência Episcopal Portuguesa, que estará representada pelo cardeal patriarca, Manuel Clemente, disse a 12 de fevereiro que os casos de abusos sexuais por parte de clérigos são reduzidos em Portugal.
Confrontado com denúncias relatadas pela comunicação social, o secretário da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) salientou que “os casos tratados nos tribunais eclesiásticos onde chegam as denúncias são pouquíssimos e, desses, mais de metade da investigação prévia parou por falta de fundamento”.
CSR (GC) // SB
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