Oratória sobre Sousa Mendes nos EUA para celebrar Dia da Lembrança do Holocausto

Uma oratória sobre a vida de Aristides de Sousa Mendes vai ser vista por 1.500 pessoas em Salt Lake City, no próximo sábado, no estado americano do Utah, para celebrar o Dia Internacional da Lembrança do Holocausto.

Com autoria do norte-americano Neely Bruce, o espetáculo de 90 minutos, que se estreou em 2016, tem como título “Circular 14: The Apotheosis of Aristides” e vai acontecer no Mormon Tabernacle.

O evento é organizado pela Fundação Sousa Mendes, com a Orquestra e Coro Jovem do Utah, e será dirigido pelo maestro Barlow Bradford.

David Sauer fará o papel de Aristides, Michelle Pedersen de Angelina, Andrew Neumayer será o Rabbi Kruger, Adam Griffiths tem o papel de Salazar e Elizabeth Peters fará de Andrée Cibial. O narrador será o ator Michel Gill (da série “House of Cards”, descendente de refugiados salvos por Sousa Mendes) e a performance será acompanhada por um vídeo de Carole Kim.

Além do coro da Universidade do Utah, participaram sete coros de escolas secundárias do estado.

O presidente da câmara da cidade, Ben McAdams, vai abrir o evento com um discurso. Estarão presentes Daniel Mattis, que recebeu um visto emitido por Sousa Mendes, e dois netos do diplomata português: Gerald Mendes e Aristides Mendes.

A peça estreou-se em Los Angeles e já foi mostrada em Washington para celebrar os 75 anos das ações de Sousa Mendes, mas esta será a primeira vez que vai a palco com orquestra completa.

Neely Bruce começou a trabalhar no projeto no outono de 2010, depois de ser desafiado pela então presidente da Fundação Aristides de Sousa Mendes, Olivia Mattis.

“Demorei cinco segundos a decidir compor a peça”, disse o compositor à Lusa em 2016.

Nos quatro anos que se seguiram, o professor da Universidade de Wesleyan, no Connecticut, assistiu a todos os filmes e documentários feitos sobre o português, que em junho de 1940, desrespeitou as ordens de Salazar e concedeu milhares de vistos a refugiados que procuravam fugir da França ocupada pelas forças nazis, durante a Segunda Guerra Mundial.

Depois de viajar por França e Portugal em 2013, o norte-americano começou a escrever o libreto da obra, pedindo a colaboração da presidente da fundação, do especialista em história judaica Howard Needler, e do dramaturgo John Basinger.

A peça deve ser interpretada por cinco solistas, dois coros e uma orquestra sinfónica completa e, além de solos de piano, tem solos de guitarra portuguesa.

“Apaixonei-me pelo som deste instrumento e ele está em destaque em três ou quatro momentos da oratória”, diz o compositor.

AYS // TDI

Lusa/Fim

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