Frio siberiano na Europa provoca mais de 20 mortes em quatro dias
A vaga de frio siberiano que atinge o continente europeu, do báltico ao mediterrâneo, agravou-se esta semana e já causou pelo menos 20 mortos nos últimos quatro dias.
É esperado que as temperaturas permaneçam perigosamente geladas na noite de hoje para quarta-feira. Exemplo disso são as projeções de 24 grau negativos na Alemanha, 29 negativos na Estónia e de 18 graus negativos da República Checa.
O frio vinha já provocando mortes desde sexta-feira, com pelo menos 24 mortes contabilizadas neste período por causa da vaga de frio na Europa dominada “O Urso da Sibéria”.
O maior número de mortes foi na Polónia, com nove, cinco destes durante a noite de segunda para terça-feira.
Em França morreram três sem-abrigo e uma mulher de 93 anos – encontrada na manhã de terça-feira, em frente à porta sua da casa – segundo o jornal francês”Le Progrès”.
Na Lituânia e na República Checa morreram cinco e três sem-abrigo, respetivamente, e na Roménia morreram duas pessoas, uma delas uma mulher de 83 anos encontrada na rua coberta de neve e, em Itália, morreu mais um sem-abrigo.
A multinacional do gás russo, Gazprom, anunciou que bateu o seu recorde de vendas para a Europa pelo sexto dia consecutivo. Na segunda-feira a empresa exportou cerca de 666,8 milhões de metros cúbicos.
Na Suécia os termómetros chegaram a registar 39,6 graus negativos e na Áustria 25,4 negativos.
As escolas também foram encerradas em muitos países europeus, e os pedidos de ajuda aos sem-abrigo multiplicam-se.
Na Bélgica, uma medida sem precedentes tomada durante o fim de semana em Etterbeek, na região de Bruxelas, obrigou os sem-abrigo a recolherem em centros de proteção. Em Roma, foram abertos mais 400 lugares para os sem-abrigo, elevando o total para 1.700. Em Berlim, onde os centros de receção estavam quase a atingir a sua capacidade máxima, adicionaram-se mais cem camas.
No aeroporto de Londres Heathrow, a British Airways cancelou 60 voos e o de Nápoles teve que fechar na manhã de terça-feira devido a uma queda de neve inesperada.
A capital italiana esteve repleta de neve este segunda-feira, algo que não acontecia há seis anos e dês 1956 que não caia neve em Nápoles. A ilha de Capri e as praias da Costa Amalfitana estavam cobertas de uma fina camada de neve.
Em França, os termómetros não identificavam temperaturas tão negativas desde 2005. Na Alemanha, as temperaturas bateram um recorde negativo de mais de cem anos na montanha mais alta do país, Zugspitze, que chegou a verificar temperaturas de 30,5 graus negativos.
Outro exemplo é a ilha croata Hvar, perto de split, conhecida estância balnear que é geralmente bem ensolarada, que registou um grau negativo.
MIM/ANP // ANP.
Lusa/fim