EUA vão criar uma “Força do Espaço” até 2020

O vice-presidente norte-americano, Mike Pence, anunciou esta quinta-feira a criação até 2020 de uma “Força do Espaço”, como pretende o chefe de Estado, Donald Trump, que quer assim garantir que os Estados Unidos “dominam o espaço”.

“Chegou a altura de escrever o próximo capítulo da história das nossas Forças Armadas, de nos prepararmos para o próximo campo de batalha, onde os melhores e os mais corajosos americanos serão chamados a combater e vencer uma nova vaga de ameaças contra o nosso povo e a nossa nação”, declarou Pence num discurso aos militares no Pentágono.

“Chegou a hora de criar a Força do Espaço dos Estados Unidos”, acrescentou.

O número dois da Administração Trump precisou que estão já em curso os preparativos para fazer desta força espacial o sexto ramo das Forças Armadas, ao lado do Exército, da Força Aérea, da Marinha, dos Fuzileiros e da Guarda Costeira, como ordenou em junho o Presidente norte-americano.

Mas como a criação de um novo ramo militar tem de ser aprovada pelo Congresso, Mike Pence indicou que o processo se fará por etapas, com o objetivo de criar esse sexto ramo até 2020.

Para tal, Pence pediu ao Congresso para aprovar um orçamento suplementar de oito mil milhões de dólares para os próximos cinco anos.

Trump ordenou em junho a criação de uma força espacial como sexto ramo das Forças Armadas norte-americanas.

“Para defender a América, uma simples presença no espaço não é suficiente, temos que dominar o espaço”, defendeu então.

O espaço é atualmente da responsabilidade da Força Aérea, mas o chefe de Estado quer que a nova “Força do Espaço” seja independente desta.

O chefe de Estado norte-americano não forneceu pormenores sobre a missão que terá a nova divisão militar, mas disse, ao assinar a ordem instruindo o Pentágono a criá-la: “Não queremos que a China e a Rússia e outros países nos ultrapassem”.

“Nós vamos ter uma Força Aérea e uma Força Aérea do Espaço, separada mas igual”, explicou, pondo termo ao atual debate contra aqueles que queriam que a nova força espacial estivesse ligada à Força Aérea norte-americana.

No Congresso, o debate opõe desde há anos os partidários de uma nova entidade em igualdade de circunstâncias com os outros ramos e aqueles que consideram mais funcional deixar o espaço a cargo da Força Aérea.

Já em março passado, Trump tinha dito que gostaria de criar uma divisão das Forças Armadas dedicada ao espaço, por considerar que ali também “se travam guerras, tal como na terra, no ar e no mar”.

Reconheceu, então, que “não estava a falar a sério” quando referiu pela primeira vez aos seus assessores a ideia de criar esse corpo militar, mas depois pensou que era “uma grande ideia”.

O chefe do Estado-Maior Conjunto norte-americano, general Joseph Dunford, admitiu em abril que os sistemas com que Washington conta no espaço carecem da “resistência” necessária em caso de ataque e são vulneráveis às novas “capacidades” com que outros países contam.

“Diz-se que não há guerras no espaço, mas existem guerras que envolvem os nossos sistemas no espaço”, advertiu Dunford.

Em abril do ano passado, Trump pediu à NASA para acelerar os seus planos de exploração espacial, que incluíam a chegada de seres humanos a Marte na década de 2030, para que um cidadão norte-americano pise o planeta vermelho ainda durante o seu primeiro mandato, que termina em janeiro de 2021.

Em dezembro, o atual inquilino da Casa Branca assinou uma diretiva de política espacial que estabelecia como meta do seu Governo criar uma base na Lua, como passo prévio à primeira missão tripulada a Marte.

ANC // EL

Lusa/fim

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