China pede aos EUA medidas para conter violência contra pessoas de origem asiática

A China pediu aos Estados Unidos que tomem medidas para conter a violência contra pessoas de origem asiática, depois que oito pessoas terem sido mortas em casas de massagem na cidade de Atlanta, no Estado da Geórgia.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Zhao Lijian, disse hoje que esta violência contra os asiáticos nos Estados Unidos é “ultrajante e angustiante”, deixando a China “profundamente preocupada”.

As autoridades norte-americanas deveriam “tomar medidas práticas para resolver questões de racismo e discriminação racial no país e salvaguardar e proteger seriamente a segurança e os direitos e interesses legítimos dos cidadãos chineses nos Estados Unidos”, disse Zhao aos jornalistas numa conferência de imprensa diária.

O suspeito [Robert Aaron Long] dos tiroteios, que ocorreram na terça-feira, disse à polícia que o ataque não teve motivação racial.

O homem, de 21 anos, alegou que tinha como alvo as casas de massagem por causa de um “vício em sexo”.

Entre os oito mortos, seis foram identificados como de origem asiática e sete eram mulheres.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Sul disse que quatro das vítimas mortas eram mulheres de ascendência coreana, enquanto duas das outras vítimas pareciam ter nomes chineses.

Ataques recentes contra asiáticos nos EUA são parcialmente atribuídos ao sentimento anti-chinês decorrente da pandemia do novo coronavírus, que foi detetado pela primeira vez na cidade de Wuhan, no centro da China, no final de 2019.

Apesar de não fornecer nomes, Zhao disse que alguns políticos norte-americanos “instigaram o racismo e o ódio, e toleraram a discriminação contra estudantes chineses nos Estados Unidos”.

O Presidente norte-americano, Joe Biden, afirmou na quarta-feira estar preocupado com a “brutalidade” de ataques contra asiático-americanos no país, na sequência de vários incidentes recentes que vitimaram membros desta comunidade.

“Seja qual for a motivação neste caso, eu conheço os asiático-americanos, sei que eles estão muito preocupados, e, como sabem, tenho falado sobre a brutalidade contra essas pessoas, que é preocupante”, disse o Presidente norte-americano.

Biden adiantou ter falado com o procurador-geral e com o diretor do FBI, que lhe afirmaram que ainda está a ser determinado o motivo do crime.

No seu discurso da semana passada que marcou o aniversário do confinamento devido à covid-19, Biden já havia criticado os crimes contra asiático-americanos, que disse serem “atacados, perseguidos, culpados e bodes expiatórios” da pandemia.

Segundo a associação Stop AAPI Hate, entre março e dezembro do ano passado, foram denunciados ‘online’ mais de 2.800 atos racistas e discriminatórios contra a comunidade asiática nos Estados Unidos.

CSR // ANP

Lusa/Fim

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