Trump renuncia ao direito de pedir julgamento rápido no caso da Geórgia

O ex-presidente Donald Trump renunciou ao direito de pedir um julgamento rápido no caso que corre na Geórgia, onde é acusado de participar num esquema ilegal para anular a sua derrota nas eleições presidenciais de 2020.

A decisão de Trump surge quando a procuradora distrital do condado de Fulton, Fani Willis, anunciou que vai tentar levar a julgamento o ex-presidente a partir do próximo mês, ao mesmo tempo que todos os outros 18 réus envolvidos neste caso.

A maioria dos réus procurou separar os seus casos de alguns ou de todos os outros, com muitos a alegar que não estarão prontos para a sua defesa até 23 de outubro, quando foi marcado o julgamento de dois réus que já apresentaram pedidos de julgamento rápido.

Esta renúncia de pedido por parte de Trump vai em linha com os esforços que o recandidato às eleições primárias pelo Partido Republicano tem feito nos seus outros casos, procurando atrasar os procedimentos, para melhor preparar um regresso à Casa Branca nas eleições de 2024.

Para além deste caso na Geórgia, Trump enfrenta processos num caso estadual em Nova Iorque, bem como em casos federais em Washington e na Florida.

A renúncia a um julgamento rápido – que um advogado de Trump disse ter sido apresentado na terça-feira – surge na sequência de uma petição apresentada pelo gabinete de Willis, segundo a qual todos os réus devem ser julgados em conjunto, por questões de eficiência e justiça.

Os procuradores dizem que a realização de vários julgamentos demorados, em vez de um que comece em 23 de outubro, “criaria uma enorme pressão sobre os recursos judiciais” do tribunal e favoreceria os réus julgados a serem mais tarde, pois teriam a vantagem de ver as provas e os argumentos da acusação antes de serem julgados.

De acordo com a lei da Geórgia, qualquer réu que apresente um pedido de julgamento rápido tem o direito de que o julgamento comece dentro do prazo do tribunal quando o pedido for apresentado ou no próximo prazo do tribunal.

Entretanto, cinco dos 19 réus estão a tentar que os seus casos sejam ouvidos em tribunais federais, e não em tribunais estaduais.

Entre eles está o ex-chefe de gabinete de Trump na Casa Branca, Mark Meadows, que argumentou que as suas acusações se referem a situações no âmbito das suas funções como funcionário federal.

O juiz distrital dos EUA, Steve Jones, rejeitou na semana passada os argumentos de Meadows e devolveu o seu caso ao Tribunal Superior do Condado de Fulton.

Os outros quatro réus que tentam levar os seus casos ao tribunal federal – o ex-funcionário do Departamento de Justiça dos EUA, Jeffrey Clark, e três falsos eleitores – têm audiências marcadas para a próxima semana.

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Lusa/Fim

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