Trump quer que tribunal da Geórgia desqualifique procuradora de investigação eleitoral

Advogados do ex-presidente norte-americano Donald Trump pediram ao mais alto tribunal da Geórgia que desqualifique a procuradora que lidera uma investigação sobre a sua alegada interferência eleitoral e que rejeite um relatório do grande júri.

A procuradora distrital do condado de Fulton, Fani Willis, investiga desde o início de 2021 se Trump e os seus aliados violaram alguma lei enquanto tentavam reverter a sua derrota eleitoral na Geórgia para o candidato Democrata e atual Presidente, Joe Biden.

A procuradora já havia sugerido a possibilidade de apresentar as acusações no próximo mês.

A equipa jurídica de Trump na Geórgia apresentou na sexta-feira petições no Supremo Tribunal da Geórgia e no Tribunal Superior do Condado de Fulton, pedindo que sejam rejeitadas as evidências reunidas pelo grande júri especial.

A equipa jurídica de Trump reconheceu que os pedidos são incomuns, mas necessários devido ao prazo apertado.

Willis indicou que usará o relatório especial do grande júri para coseguir uma acusação “dentro de semanas, senão dias”.

“Mesmo num caso extraordinariamente novo de importância nacional, seria de se esperar que as questões seguissem o seu curso processual normal dentro de um prazo razoável”, dizem os documentos apresentados pela defesa do magnata.

“Mas nada sobre esses processos foi normal ou razoável. E a conclusão quase inevitável é que as anomalias abaixo são porque o peticionário é o presidente Donald J. Trump”, acrescentam.

As petições procuram impedir Willis e o seu escritório de dar continuidade ao caso. Também pede que o relatório produzido pelo grande júri seja descartado e que os procuradores sejam impedidos de apresentar qualquer evidência da investigação do painel a um grande júri regular.

Willis abriu a sua investigação logo após Trump ligar para o secretário de Estado da Geórgia, Brad Raffensperger, em janeiro de 2021 e sugerido que o principal funcionário eleitoral do estado poderia ajudá-lo a “encontrar” os votos necessários para reverter a sua derrota.

O grande júri especial, que não tinha poderes para emitir acusações, foi instalado em maio do ano passado e dissolvido em janeiro após ouvir 75 testemunhas e apresentar um relatório com recomendações para Willis.

Embora a maior parte desse relatório permaneça em sigilo por enquanto, o representante do painel disse, sem citar nomes, que o grande júri especial recomendou a acusação de várias pessoas.

MYMM // CC

Lusa/Fim

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