Casa Branca cancelou ‘briefing’ diário sobre pandemia

A Casa Branca cancelou hoje o ‘briefing’ diário sobre a pandemia de covid-19, em que o Presidente dos EUA participava, enquanto Donald Trump usa a sua conta no Twitter para atacar os jornalistas.

Depois de ter anunciado mais uma sessão de esclarecimento sobre a evolução no combate à pandemia de covid-19, agendada para o final da tarde, a Casa Branca disse que esse ‘briefing’ tinha sido cancelado.

Donald Trump não gostou da controvérsia provocada pelas suas declarações no ‘briefing’ de sexta-feira, sobre a possibilidade de uma cura para o novo coronavírus à base de ingestão de desinfetantes, e, no sábado, deu a entender que poderia deixar de estar presente na sala de imprensa.

Trump usou a sua conta pessoal da rede social Twitter para dizer que considerava um desperdício de “tempo e esforço” a sua presença nos ‘briefings’ de acompanhamento do combate do Governo contra a pandemia.

“Para quê dar conferências de imprensa quando os ‘media’ apenas colocam perguntas hostis e depois recusam reportar a verdade ou factos com rigor”, queixou-se o Presidente, no sábado.

Hoje, a Casa Branca cancelou a sessão diária de esclarecimentos e o Presidente voltou às críticas aos jornalistas, no Twitter, acusando-os de deturpar as suas mensagens.

“Notícias falsas! Os inimigos do povo!”, escreveu Trump, adotando uma fórmula que tem usado por várias vezes desde que tomou posse como Presidente, em 2017.

“Nunca houve na história do nosso país meios de comunicação social tão desagradáveis e hostis como a que temos hoje, mesmo em pleno estado de emergência para enfrentar o inimigo invisível”, explicou o Presidente.

Os Estados Unidos registam cerca de um milhão de casos de infeção com o novo coronavírus, incluindo mais de 50.000 mortes.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 206 mil mortos e infetou quase três milhões de pessoas em 193 países e territórios.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.

Face a uma diminuição de novos doentes em cuidados intensivos e de contágios, alguns países começaram, entretanto, a desenvolver planos de redução do confinamento e em alguns casos, como Dinamarca, Áustria, Espanha ou Alemanha, a aliviar algumas das medidas.

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