Cem clientes ainda sem ligações telefónicas um ano após fogos
Cem clientes ainda aguardam a reposição das comunicações destruídas nos incêndios do ano passado, em Pedrógão Grande e na zona centro, entre as mais de 500 mil famílias com ligações afetadas, anunciou hoje o Governo.
“O regulador informa-nos de mais de 500 mil famílias afetadas e indica-nos que a generalidade dos processos estão concluídos”, disse o ministro do Planeamento e Infraestruturas, Pedro Marques, que está a ser ouvido na Comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas.
De acordo com o governante, dados da Autoridade Nacional de Comunicações (ANACOM) de 07 de setembro deste ano, mostram que, nesta data, ainda existiam “100 clientes, famílias, sem a reposição das comunicações”, isto mais de um ano depois dos fogos em Pedrógão Grande e quase um ano após os incêndios na região Centro.
Destas 100 pessoas, “20 têm reposições agendadas, 40 pessoas recusaram as propostas das operadoras e as outras 40 não se conseguiram contactar”, precisou Pedro Marques, que falava numa intervenção inicial sobre a reposição das ligações telefónicas destruídas pelos incêndios no seguimento de um requerimento do PCP.
O grande incêndio de junho de 2017 afetou a zona de Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, enquanto os grandes fogos de outubro assolaram vários concelhos da região Centro.
No Relatório de Regulação, Supervisão e Outras Atividades relativo ao ano passado, conhecido na semana passada, o regulador das telecomunicações aponta que, “ao longo do ano [de 2017], ocorreu em Portugal um número significativo de incêndios florestais de grandes dimensões, nomeadamente nos meses de junho e outubro”.
Neste ano, registaram-se, por isso, “mais de três mil quilómetros de cabos de comunicações ardidos – cobre e fibra ótica -”, bem como “50 mil postes de comunicações ardidos”.
Acrescem “mais de 200 locais de instalação de estações de radiocomunicações afetados”, segundo a informação preliminar sobre o impacto dos incêndios florestais nas infraestruturas de comunicações eletrónicas, inserido naquele relatório.
Ainda assim, a Anacom ressalva no documento que continua a avaliar a “segurança e integridade das redes e serviços de comunicações eletrónicas”.
ANE/PL // JNM
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