Um polícia morto em protestos com tiroteios e pilhagens em Las Vegas

Um polícia foi baleado esta madrugada em Las Vegas, nos Estados Unidos, durante manifestações contra a morte de George Floyd, dando início a um tiroteio na zona dos casinos onde ficou ainda ferida uma pessoa, anunciaram as autoridades.

Segundo as informações avançadas pelo Departamento de Polícia Metropolitana de Las Vegas, duas pessoas foram baleadas, uma das quais um polícia, que morreeu, e uma outra pessoa que estava no centro da cidade.

A polícia disse segunda-feira que 338 pessoas foram detidas nas últimas três noites de protestos contra a morte de um homem negro, George Floyd, às mãos de um agente da polícia em Minneapolis.

Na segunda-feira, a cidade de Nova Iorque impôs um toque de recolher, mas isso não impediu outra noite de destruição e detenções depois de uma invasão à conhecida loja Macy’s coomo protesto pela morte de Floyd.

Pouco antes das 23:00, hora a que o recolher obrigatório tinha início, grupos de manifestantes marcharam pacificamente por Manhattan e Brooklyn, mas a polícia recebeu várias informações sobre grupos que tinham entrado em lojas para as esvaziar e saquear.

As portas da loja principal da Macy, em Manhattan, foram arrombadas, tendo a polícia retirado do seu interior dois homens algemados. Também numa loja da Nike, algumas pessoas saíam com os braços carregados de roupas, enquanto as montras de lojas e de bancos perto do Rockefeller Centre iam sendo partidas e várias pessoas detidas.

Um vídeo divulgado nas redes sociais mostra alguns manifestantes a discutir com as pessoas que estavam a partir janelas, pedindo-lhes que parassem, mas os casos de vandalismo e roubos de armas de fogo aumentaram à medida que a noite ia avançando.

Também em St. Louis, os protestos aumentaram de tom durante a madrugada, com quatro polícias a serem alvejados a tiro na sequência de protestos.

O departamento de polícia publicou na rede social Twitter que estes polícias foram levados para um hospital com ferimentos que não se acredita serem fatais. Não ficou claro quem disparou os tiros.

Na segunda-feira à tarde, várias centenas de pessoas reuniram-se pacificamente no centro de St. Louis, incluindo a autarca Lyda Krewson e o diretor de segurança pública da cidade do estado norte americano do Missouri, Jimmie Edwards.

Mas mais tarde, os manifestantes reuniram-se em frente à sede da polícia, onde as forças de segurança dispararam gás lacrimogéneo para dispersar a multidão.

Alguns manifestantes vandalizaram lojas e participaram em pilhagens de lojas antes de incendiarem o prédio.

Na mesma altura, em Cicero, Chicago, duas pessoas morreram no âmbito dos distúrbios e protestos pela morte do afro-americano George Floyd.

O porta-voz da autarquia de Cicero, Ray Hanania, disse que 60 pessoas foram detidas naquela localidade de cerca de 84 mil habitantes, localizada a oeste de Chicago. Hanania não forneceu informações adicionais sobre os mortos ou em que circunstâncias ocorreram.

Em Buffalo, Nova Iorque, o condutor de uma viatura investiu sobre um grupo de polícias numa manifestação, ferindo pelo menos dois agentes.

Na cidade de Washington, a capital dos EUA, a polícia voltou a usar gás lacrimogéneo e projéteis para dispersar os manifestantes, enquanto em Nova Iorque o recolher obrigatório não impediu outra noite de destruição, registando-se detenções na sequência de pilhagens.

Antes de alguns destes casos, a agência de notícias Associated Press indicara que pelo menos 5.600 pessoas tinham já sido detidas nos Estados Unidos desde o início dos protestos contra a morte de George Floyd.

As detenções tiveram lugar sobretudo em cidades em que as manifestações se tornaram mais violentas e num momento em que a polícia e os governadores são instados pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, a endurecer as ações para reprimir os protestos.

Em Minneapolis, onde Floyd morreu, foram efetuadas 155 detenções, 800 em Nova Iorque e mais de 900 em Los Angeles.

George Floyd foi assassinado por um polícia norte-americano, devido à pressão feita com um joelho sobre o seu pescoço, concluiu o médico legista responsável pela autópsia.

George Floyd, suspeito pela polícia de falsificar uma nota de 20 dólares (18 euros), morreu quando foi detido em Minneapolis, no norte dos Estados Unidos, há uma semana.

De acordo com imagens que já percorreram o mundo, um agente manteve-o imobilizado no chão, ajoelhado sobre o seu pescoço por quase nove minutos, enquanto Floyd dizia que não conseguia respirar.

O polícia, Derek Chauvin, 44, foi demitido, detido e acusado de homicídio. Os três outros polícias que participaram na detenção também foram despedidos, mas não foram até ao momento sujeitos a qualquer acusação.

PMC (JMC) // ANP

Lusa

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