Ucrânia: Estados Unidos não enviaram tropas “para iniciar guerra” – Casa Branca
Os Estados Unidos, que enviaram 3.000 soldados para a Europa, não mandaram essas tropas “para iniciar uma guerra” contra a Rússia na Ucrânia, disse hoje o assessor de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan.
“O Presidente (Joe Biden) vem dizendo há vários meses que os Estados Unidos não estão a enviar tropas para iniciar uma guerra ou travar uma guerra contra a Rússia na Ucrânia”, disse Sullivan à Fox TV, sublinhando que as tropas estão a ser enviadas “para defender o território da NATO”.
Jake Sullivan também estimou na NBC que “uma escalada militar e uma invasão da Ucrânia poderá vir a acontecer”.
“Acreditamos que os russos desenvolveram capacidades para lançar uma grande operação militar na Ucrânia e estamos a trabalhar duro para preparar uma resposta”, disse.
“O Presidente Biden reuniu os nossos aliados, reforçou e tranquilizou os nossos parceiros no flanco leste, forneceu apoio material aos ucranianos, ofereceu aos russos um caminho diplomático” para sair da crise, frisou o responsável.
Por seu turno, a presidência ucraniana considerou hoje que a possibilidade de encontrar uma “solução diplomática” para a crise com a Rússia é “consideravelmente maior” do que as de uma “escalada” militar.
Os serviços de informação dos Estados Unidos estimam que Moscovo já tem 70% dos recursos necessários para uma invasão em larga escala da Ucrânia e pode ter capacidade suficiente, ou 150.000 homens, para lançar uma ofensiva em duas semanas.
Os serviços de informação, no entanto, não estabeleceram se o presidente russo Vladimir Putin tomou a decisão de partir para a ofensiva ou não, mas avançaram que este quer ter todas as opções possíveis, desde a invasão parcial do enclave separatista de Donbass à invasão total.
A Rússia tem em curso diversos exercícios militares em várias regiões, incluindo a 150 milhas (cerca de 240 quilómetros) a sudoeste da Irlanda, um país com um acordo de parceria com a NATO.
Estes exercícios realizam-se num momento de elevada tensão entre os países ocidentais e a Rússia devido à presença de dezenas de milhares de tropas russas perto das fronteiras da Ucrânia.
O Ocidente acusa a Rússia de pretender invadir de novo a Ucrânia, depois de lhe ter anexado a península da Crimeia, em 2014, mas Moscovo nega qualquer intenção bélica, dizendo que só quer garantir sua segurança.
RCP (JCR) // HB
Lusa/fim