Ucrânia: Biden pede que apoio dos aliados ocidentais a Kiev não esmoreça

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, apelou hoje, durante uma visita a Berlim, para que o apoio à Ucrânia não esmoreça, mais de dois anos e meio depois do início da invasão russa.

Para Biden, os aliados da NATO devem “manter o seu apoio” até que a Ucrânia obtenha “uma paz justa e duradoura”, numa altura em que o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, se queixa de atrasos e hesitações na ajuda ocidental.

O chefe de Estado norte-americano – que chegou na quinta-feira à Alemanha para uma curta visita – condenou o “ataque cruel” do Presidente russo, Vladimir Putin, lançado em fevereiro de 2022 contra a Ucrânia.

O apelo de Biden surge também numa altura em que a Ucrânia está a recuar na frente leste de combate e a sofrer bombardeamentos incessantes da artilharia russa, particularmente nas suas infraestruturas críticas.

A Alemanha – o segundo fornecedor de armas a Kiev depois dos Estados Unidos – já reduziu para metade, para quatro mil milhões de euros, o seu orçamento atribuído à Ucrânia para 2025.

Além disso, nenhuma das exigências feitas até agora por Zelensky no seu “plano de vitória”, que apresentou à União Europeia (UE) e à NATO na quinta-feira em Bruxelas, encontrou até agora o apoio unânime do lado dos aliados ocidentais.

O Presidente francês, Emmanuel Macron, sublinhou na noite de quinta-feira, em Bruxelas, que “a questão das garantias de segurança” para a Ucrânia seria levantada durante a reunião de alguns líderes ocidentais em Berlim, prevista para hoje.

Macron acrescentou que apoiaria um pedido de Kiev para que a Ucrânia seja convidada a participar nas futuras cimeiras da NATO.

Ao receber Biden em Berlim, o Presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, elogiou o líder norte-americano, considerando-o um “guia para a democracia”, que mostrou um apoio inabalável à NATO e à Ucrânia “no momento mais perigoso desde o fim da Guerra Fria”.

No âmbito desta deslocação, o chefe de Estado norte-americano foi hoje agraciado com a Grã-Cruz da Ordem de Mérito da República Federal da Alemanha, com a qual o país da Europa central quis agradecer a amizade entre os dois países, mas também realçar o contributo de Biden para a relação transatlântica e a defesa da democracia.

Entre os convidados da cerimónia estava Margot Friedlaender, de 102 anos, uma sobrevivente do Holocausto que cresceu em Berlim, foi internada no campo de concentração de Theresienstadt, emigrou para os Estados Unidos e depois regressou à sua cidade natal em 2010.

Durante esta viagem à Europa, de apenas 24 horas, Biden irá também reunir-se com o chanceler alemão, Olaf Scholz, bem como com Macron e com o chefe de Governo britânico, Keir Starmer.

O encontro a quatro será para discutir os últimos desenvolvimentos na Ucrânia e no Médio Oriente.

RJP // SCA

Lusa/Fim

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