Trump diz que Biden sofre de “demência” após duras críticas a apoiantes do republicano

O ex-presidente norte-americano Donald Trump afirmou hoje que o atual chefe de Estado, Joe Biden, deve sofrer de “demência”, após as duras críticas que teceu contra os apoiantes do político republicano.

“Se você olhar para as palavras e o significado do discurso estranho e irritado de Biden, ele ameaça a América, incluindo com o possível uso da força militar. Ele deve estar louco ou sofrer de demência em estágio avançado”, escreveu Trump na Truth Social, a sua rede social.

Na noite de quinta-feira, o Presidente norte-americano alertou que os valores democráticos dos Estados Unidos estão a ser atacados por forças extremistas leais ao seu antecessor, num discurso televisionado em horário nobre a partir de Filadélfia.

Com críticas explicitamente dirigidas ao movimento “MAGA”, o icónico ‘slogan’ de campanha de Donald Trump ‘Make America Great Again’ [Tornar a América Grande de Novo], Joe Biden criticou o fanatismo “cego” de alguns seguidores do antigo chefe de Estado, a quem classificou de “ameaça” aos Estados Unidos.

“Muito do que está a acontecer no nosso país hoje não é normal. Donald Trump e os republicanos do MAGA representam um extremismo que ameaça os próprios fundamentos da nossa República”, disse Biden, a partir do Independence Hall, em Filadélfia (estado da Pensilvânia), local que foi palco de algumas das mais importantes decisões da história do país, como a adoção da Declaração de Independência e da Constituição norte-americanas.

Num discurso de cerca de 25 minutos, em que elevou o tom de voz em alguns momentos, Biden sublinhou que “a igualdade e a democracia estão sob ataque” nos Estados Unidos.

“Não há dúvida de que o Partido Republicano hoje é dominado, dirigido, intimidado por Donald Trump e os republicanos do MAGA. E isso é uma ameaça para este país. (…) Os republicanos do MAGA fizeram a sua escolha. Eles abraçam a raiva. Eles prosperam no caos. Eles vivem não à luz da verdade, mas à sombra da mentira. Juntos, podemos escolher um caminho diferente”, acrescentou o democrata, reforçando acreditar que a maioria dos eleitores republicanos não seja extremistas.

Biden não deixou de fora o ataque ao Capitólio, levado a cabo em 06 de janeiro de 2021 por apoiantes de Trump – que deverá concorrer à reeleição em 2024 – , afirmando que os “extremistas” tentaram de tudo “para anular os votos de 81 milhões de pessoas” e que foi um prelúdio de uma futura interferência eleitoral.

“É meu dever dizer a verdade (…). Os republicanos do MAGA não respeitam a Constituição. Não acreditam no Estado de direito e não reconhecem a vontade do povo. Recusaram-se a aceitar os resultados de umas eleições livres”, lembrou Biden, referindo-se ao ataque ao capitólio.

Num discurso frequentemente interrompido por aplausos e que acontece a poucos meses das eleições intercalares, marcadas para novembro, o Presidente assegurou que não ficará “parado a assistir a eleições roubadas por pessoas que simplesmente se recusam a aceitar que perderam”.

O líder democrata instou então os norte-americanos a irem às urnas em novembro e a rejeitarem os candidatos republicanos que aderiram ao tipo de política de Trump.

Antes da reação de Trump, as palavras de Biden foram criticados pelo líder da minoria republicana na Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy, que exigiu ao Presidente um pedido de desculpas por “degradar e menosprezar os seus compatriotas”, descrevendo-os como “fascistas”.

Essas declarações acontecem dois meses antes das eleições intercalares, que decidirão a composição de grande parte do Congresso norte-americano.

De acordo com uma sondagem publicada na quinta-feira pelo Wall Street Journal, se as eleições de meio de mandato fossem hoje, 47% dos eleitores votariam nos democratas e 44% nos republicanos.

Além disso, Joe Biden segue à frente de Donald Trump nas intenções de voto perante um hipotético confronto nas eleições presidenciais de 2024, com uma vantagem de seis pontos.

A popularidade de Biden cresceu nas últimas semanas, em parte devido aos sucessos legislativos do atual Presidente democrata, e a sondagem divulgada pelo jornal revela que 50% dos eleitores tencionam votar nele nas próximas presidenciais.

MYMM // MSP

Lusa/Fim

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