Trump admite que militares possam construir muro na fronteira com México
O Presidente dos EUA, Donald Trump, disse esta terça-feira que os militares construirão o muro com o México se não tiver apoio do Congresso para a obra que prometeu durante a campanha eleitoral.
“Se os Democratas não nos derem os votos para garantir a segurança do país, o exército construirá as partes que faltam (do muro)”, escreveu hoje Donald Trump no Twitter.
O Presidente dos EUA disse que os militares “sabem quão importante” é o muro, na fronteira com o México, e por isso participarão na sua construção.
A declaração no Twitter está a ser lida como uma forma de pressão para que o Congresso aceite o seu pedido de dinheiro para construir um muro ao longo de toda a fronteira com o México, como Trump tinha prometido durante a campanha presidencial de 2016.
A afirmação do Presidente surgiu a poucas horas de uma reunião na Casa Branca com o líder Democrata do Senado, Chuck Schumer, e a líder Democrata da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi.
O encontro servirá para tentar evitar uma eventual paralisação parcial do governo norte-americano, em 21 de dezembro, se expirarem os prazos para financiamento de algumas agências.
Numa série de ‘tweets’ hoje divulgados, Trump disse que agentes de imigração e patrulhas de fronteira, bem como milhares de militares enviados para a fronteira fizeram um trabalho “fantástico”.
Contudo, Trump insiste que a melhor solução, e a menos dispendiosa, para travar a imigração ilegal, seria “uma Grande Muralha”.
Trump disse esperar ansiosamente pelo encontro com Schumer e Pelosi, mas confessou pensar que nenhum deles quer segurança na fronteira por “razões estritamente políticas”.
“Se os democratas não nos derem votos para garantir o nosso país, os militares construirão as secções restantes do Muro. Eles sabem como é importante!” concluiu Trump.
Líderes Republicanos no Congresso disseram repetidamente que cabe a Trump fechar um acordo com os Democratas.
Isso dá aos Democratas algum impulso para as conversas a portas fechadas, que também podem afetar o pedido de Trump de financiamento de emergência para incêndios florestais na Califórnia e um projeto de lei patrocinado pelos Republicanos para estender os benefícios fiscais expirados e atrasar alguns impostos na área da saúde.
Antes que os legisladores adiem estes temas para o próximo ano, o Congresso pode analisar uma lei bipartidária de reforma da justiça criminal, um projeto de lei para proteger o procurador especial Robert Mueller e um plano para rever o sistema para lidar com reclamações de assédio sexual no Capitólio.
Mas o maior problema orçamental para resolver é o que envolve a construção do muro da fronteira com o México.
Trump quer que o próximo pacote de financiamento inclua pelo menos cinco mil milhões de dólares (mais de quatro mil milhões de euros), uma hipótese que os Democratas rejeitaram.
Trump disse na sexta-feira que o Congresso deveria fornecer todo o dinheiro de que precisa para o muro e considerou a imigração ilegal uma “ameaça ao bem-estar de todas as comunidades americanas”.
Proteger as fronteiras “é uma responsabilidade que honramos, mas queremos fazê-lo honrando também os nossos valores”, respondeu a Democrata Nancy Pelosi, horas depois.
A questão da construção do muro tornou-se ainda mais premente para a administração Trump quando uma caravana de refugiados da América Central se aproximou da fronteira com a Califórnia.
O Presidente dos EUA já ameaçou fechar toda a fronteira com o México e mobilizou milhares de militares para a região, para procurar conter qualquer tentativa de entrada ilegal no país.
RJP // FPA
Lusa/Fim