Taiwan: Nova visita de comitiva política dos EUA aumenta tensão com China
A senadora norte-americana Marsha Blackburn chegou hoje a Taiwan, naquela que é a terceira visita de políticos dos EUA no espaço de um mês, alimentando o clima de tensão entre a ilha autogovernada e a China.
Blackburn, uma republicana do estado do Tennessee, chegou a Taipé depois de visitar as Ilhas Salomão e Papua Nova Guiné, depois de várias críticas de Pequim ao apoio norte-americano à causa de Taiwan.
A líder da Câmara de Representantes, Nancy Pelosi, que esteve em Taipé no início do mês, foi o membro de mais alto nível dos EUA a visitar Taiwan em 25 anos e a China respondeu à sua viagem com exercícios militares em larga escala, que incluíram o lançamento de mísseis sobre a ilha e o envio de navios pelo Estreito de Taiwan.
A China reivindica a ilha de Taiwan como seu próprio território, que deve ser tomada à força, se necessário, e olha para as visitas estrangeiras de alto nível como uma interferência nos seus assuntos internos e como o reconhecimento de facto da soberania taiwanesa.
Esta semana, também o governador do estado de Indiana fez uma visita a Taiwan, centrada em matérias de cooperação empresarial e académica, mas que foi vista igualmente como uma demonstração de apoio à ilha.
A China tem aumentado a pressão sobre Taiwan desde que este território elegeu Tsai Ing-wen como Presidente e insistiu na recusa de endossar o conceito de uma única nação chinesa.
Perante um clima de intimidação por parte de Pequim, as autoridades de Taiwan propuseram um aumento de 14% dos gastos com Defesa, para 2023, em plena escalada de tensões com Pequim, por causa de recentes exercícios militares chineses em redor da ilha.
O orçamento para o setor da Defesa, que atingirá 13,2 mil milhões de dólares (aproximadamente o mesmo valor em euros), ainda incluirá um valor adicional para compra de equipamentos militares, como aviões de combate e programas para aumentar a capacidade militar marítima de Taiwan.
O Ministério da Defesa de Taiwan assumiu que este reforço orçamental se deve à ameaça expansionista da China.
RJP // PDF
Lusa/Fim