“Pode ter sido a minha última vez em Peniche” – Kelly Slater

O surfista norte-americano Kelly Slater, 11 vezes campeão do mundo, foi hoje eliminado da prova de elite da Liga Mundial de Surf (WSL) em Supertubos, revelando que esta pode ter sido a sua última participação no evento de Peniche.

“Não sei, não sei, pode ter sido a minha última vez aqui, para ser honesto. Vamos ver, talvez dependa um pouco dos Jogos Olímpicos [Paris2024], as pessoas que irão vão ficar decididas este ano. Portanto, sim, pode ser a minha última vez a surfar em Portugal”, revelou aos jornalistas o melhor surfista de todos os tempos, depois de questionado sobre se tenciona voltar a competir em Portugal.

Kelly Slater, de 51 anos, que da parte da manhã tinha eliminado o português Frederico Morais na repescagem, perdeu com o brasileiro João Chianca na ‘ronda dos 32’, marcando 10,83 pontos contra os 12,54 do sul-americano, e despedindo-se com um modesto 17.º lugar.

“Talvez tivesse tido mais oportunidades, mas não queria surfar junto dos tipos do outro ‘heat’ [bateria], porque tinham prioridade, tomei essa decisão conscientemente, de ficar deste lado [da praia]”, explicou.

Sobre o ‘cut’ a meio da época e a possibilidade de ficar de fora da segunda metade do circuito principal, Kelly Slater admitiu preocupação com a situação em que se encontra após as duas etapas no Havai (ficou em 17.º em Pipeline e em nono em Sunset Beach) e com nova eliminação precoce em Peniche.

“Obviamente que todos temos de pensar nisso estando nesta posição. Tive dois maus resultados e um médio, não é a melhor posição para se estar, mas veremos o que acontece”, sublinhou.

Kelly Slater, que venceu a prova de Peniche em 2010, revelou que esse foi mesmo o momento alto da sua carreira competitiva em Portugal, lamentando que a melhor versão das ondas de Supertubos nem sempre coincida com os dias dedicados à realização do campeonato.

“Claro que [a melhor memória] foi ganhar contra o Jordy [Smith] há tantos anos. No ano seguinte, fiquei em segundo lugar contra o Adriano [de Souza] e as ondas estavam perfeitas, foi um grande ano. O ano passado tivemos um dia bom. Mas, no geral e na maioria das edições, o estado em que Supertubos aparece e o que poderia ser são duas coisas muito diferentes, têm sido condições muito difíceis para nós. O ano passado tivemos muito azar com o vento de sul e esta semana também, durante alguns anos as condições não têm aparecido para nós, só em alguns momentos aqui e ali”, notou.

No entanto, agradeceu o forte apoio que sempre sentiu dos fãs portugueses: “O público português tem sido incrível, tantas pessoas a gritarem o meu nome, é avassalador ver tantas pessoas a apoiarem-me e a gritarem o meu nome, tem sido muito bom ao longo dos anos. Continuarei a vir para jogar golfe e fazer ‘free’ [livre] surf”.

Para rematar, Kelly Slater voltou a reafirmar que, caso se qualifique para Paris2024, se retira da alta competição, tal como tinha anunciado recentemente.

“Se me qualificar para os Jogos Olímpicos, será o fim para mim”, rematou.

O MEO Rip Curl Pro Portugal, terceira etapa do circuito principal da WSL, arrancou no sábado, depois de três dias de espera pelas melhores condições, e decorre até 16 de março.

DN // AMG

Lusa/Fim

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