Maioria dos eleitores dos EUA não quer recandidatura de Biden – sondagem
Mais de dois terços dos eleitores que votaram nas eleições intercalares dos EUA não querem uma recandidatura do Presidente Joe Biden, nas presidenciais de 2024, segundo uma sondagem para os ‘media’.
No dia em que os norte-americanos foram a votos para as eleições intercalares, a sondagem – encomendada por várias estações televisivas norte-americanas – procurou aferir o sentimento dos eleitores sobre uma eventual recandidatura do atual Presidente dos EUA.
Segundo a sondagem, mais de sete em cada 10 dos eleitores que se consideram independentes e cerca de nove em cada 10 eleitores considerados republicanos disseram que não querem que Biden apareça nos boletins de voto nas eleições presidenciais de 2024.
E mesmo entre os democratas, são menos de seis em cada 10 os eleitores que acham que Biden deve apresentar-se a uma recandidatura.
Nas mais recentes sondagens, agregadas pelo ‘site’ Fivethirtyeight, a popularidade do atual Presidente está em níveis baixos, com apenas 41,4% de aprovação e 53,5% de desaprovação.
A fraca popularidade política de Biden tem sido apresentada por diversos analistas como uma das razões que fazem prever a perda de mandatos democratas nas eleições intercalares que decorreram na terça-feira.
Joe Biden foi eleito Presidente dos Estados Unidos nas eleições de 2020, quando venceu o ex-Presidente republicano Donald Trump, com 51,3% dos votos contra 46,8% dos votos.
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Os norte-americanos escolhem hoje a totalidade dos 435 lugares na Câmara de Representantes, 35 dos 100 lugares do Senado e ainda 39 governadores, numas eleições intercalares fortemente polarizadas.
Para muitos analistas, estas eleições são uma espécie de referendo ao Governo do Presidente Democrata Joe Biden, mas são igualmente um teste à popularidade do ex-Presidente Republicano Donald Trump, que apoia vários candidatos presentes nos boletins de voto, tornando o processo muito participado e polarizado.
As mais recentes sondagens indicam que os Republicanos têm fortes probabilidades de retirar o controlo da Câmara de Representantes e do Senado aos democratas, num resultado que pode criar dificuldades acrescidas ao Governo de Joe Biden para fazer aprovar medidas no Congresso.
A derrota dos Democratas não será uma surpresa, não apenas pela fraca popularidade de Biden, mas também porque, nas últimas 25 eleições intercalares, apenas por três vezes o partido que controla a Casa Branca conseguiu vencer.
A agenda de campanha dos dois partidos foi substancialmente diferente, com os Republicanos a apostar nas críticas à política de imigração de Biden, bem como à dificuldade de gerir o aumento da inflação (que está acima dos 8%) ou o aumento da violência urbana; e com os candidatos Democratas a apostar na agenda social, nomeadamente a proteção do direito ao aborto ou o aumento do número de empregos na economia.
Uma das novidades desta campanha foi o tema da transparência democrática, com um número elevado de candidatos Republicanos (considerados ‘negacionistas’) a assumirem que acreditam que o resultado eleitoral das presidenciais de 2020 (que deu a vitória a Biden) foi consequência de “roubo político” e a alimentarem a possibilidade de não aceitarem o resultado das intercalares de hoje, por suspeita de nova fraude.
Na reta final de campanha, os Democratas trouxeram para o palco de vários comícios Joe Biden e o ex-Presidente Barack Obama, que aproveitou para apelar à mobilização do seu partido, alegando que é a própria sobrevivência da democracia norte-americana que está em causa nestas eleições.
Biden e Obama passaram, em campanha, este fim de semana, pelo estado de Pensilvânia, considerado um dos pontos decisivos para a tentativa de manutenção do controlo do Congresso.
Donald Trump também passou pela Pensilvânia, no sábado, antes de se dirigir para a Florida – outro estado tradicionalmente relevante para a noite eleitoral – com uma mensagem que prenunciou a sua entrada na campanha presidencial de 2024, tirando proveito da sua forte popularidade junto dos eleitores Republicanos (mais de 70% destes consideram-no a figura mais bem colocada para voltar a colocar o partido na Casa Branca).
A forte polarização nesta campanha leva os analistas a acreditarem que a participação eleitoral será elevada (tal como aconteceu nas presidenciais de 2020) e o voto antecipado (que se iniciou há várias semanas, presencialmente e por correspondência) já deu indicações nesse sentido.
RJP //
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