Morreu George Segal, o jovem ator de “Quem Tem Medo de Virginia Woolf” e o avô dos Goldberg

O ator norte-americano George Segal, o jovem marido de “Quem Tem Medo de Virginia Woolf?”, protagonista de “Um Toque de Classe” e “O Mocho e a Gatinha”, morreu na terça-feira, aos 87 anos, anunciou a família.

“A família está arrasada ao anunciar que George Segal morreu, devido a complicações surgidas na sequência de uma cirurgia de revascularização do miocárdio”, explicou a mulher, Sonia Segal, num comunicado divulgado pela Sony Television, dando conta da morte do ator, em Santa Rosa, Califórnia, na manhã de terça-feira.

Conhecido pelo trabalho mais recente em televisão, em comédias como “Os Goldberg”, na qual interpretava o avô Albert, de Adam Goldberg, ou pelo desempenho como Jack Gallo, em “Just Shoot me” (“Ai, que vida!”), George Segal foi igualmente um ator dramático, que entrou em filmes como “A Nave dos Loucos”, “O Dia Mais Longo” e “Amantes em Veneza”, e que levou aos palcos do teatro autores como Yasmina Reza e Eugene O’Neill.

Durante a sua carreira, foi nomeado seis vezes para os Globos de Ouro, tendo conquistado dois, em “Um Toque de Classe” e “Os Novos Internos”.

Foi também nomeado para os prémios da Academia Britânica de Cinema e Televisão (BAFTA, na sigla em inglês) e para os Óscares, como melhor ator secundário, pelo papel em “Quem Tem Medo de Virginia Woolf?” (1966), filme nomeado para 13 prémios da Academia de Hollywood.

Foi aliás esta interpretação como jovem marido de Sandy Dennis, ao lado dos veteranos Elisabeth Taylor e Richard Burton, que lhe deu notoriedade a nível global.

Quando chegou a este filme de Mike Nichols, sobre a peça de Ernest Lehman, concluído em 1966, Segal somava pouco mais de cinco anos de uma carreira passados sobretudo em televisão, em produções como “Naked City” e “A Hora de Alfred Hitchcock”, mas também em grandes produções como “O Dia Mais Longo”.

Nascido Nova York, em fevereiro de 1934, George Segal afirmou-se como um rosto popular no cinema americano, nas décadas de 1960 e 1970, tendo feito parte do elenco de filmes como “Adivinhe quem Vem para Roubar”, “O Processo Quiller”, “Traição”, “A Duquesa e o Vilão” e “Os Bem Casados”, entre outros.

Trabalhou com alguns dos realizadores mais importantes da época, “contadores de histórias” como Robert Altman, Mike Nichols, Paul Mazursky e Sidney Lumet.

A crítica aponta a sua capacidade para desempenhar personagens irónicas e a “boa química” com atrizes como Elizabeth Taylor, Barbra Streisand e Jane Fonda.

Nas últimas décadas, os seus trabalhos centraram-se em séries televisivas como “Lei & Ordem: Unidade Especial”, “Boston Legal”, “A Lei de Murphy”, entre outras, e como convidado em produçõ es de animação como “American Dad” e “Os Simpsons”.

Foi também a voz do jovem Albert em “Olha quem Fala”, ao lado de Olympia Dukakis, como Rosie, e o ‘pai’ de Matthew Broderick, em “O Melga. Em “Segredos Urbanos”, com Glenn Close, foi o rabi Mendel.

O teatro não ficou de fora numa vida particularmente dedicada ao cinema e à televisão. Aos palcos levou desempenhos em peças como “Art”, de Yasmina Reza, e “Requiem for a Heavyweight man”, de Rod Serling, encontrando-se “The Iceman Cometh”, de Eugene O’Neill, entre os seus primeiros desempenhos.

Atualmente, George Segal trabalhava na série de televisão em “Os Goldbergs”, transmitida em Portugal pela Fox Comedy, de cujo elenco fazia parte desde 2013 e para a qual gravou seu último episódio – que será transmitido no dia 7 de abril -, poucas semanas antes da morte.

“Ele era gentil, doce, talentoso e engraçado. George era o verdadeiro auge da classe e tocou profundamente as nossas vidas. Foi uma honra e um privilégio tê-lo como parceiro e amigo todos estes anos. Não é nenhuma surpresa para qualquer um de nós saber que ele é um verdadeiro tesouro nacional”, afirmou a equipa da série “Os Goldbergs”, em mensagem conjunta, conhecida a notícia da morte do ator.

CP // MAG

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