Maior desfile militar em 100 anos assinala centenário do Armistício da Grande Guerra

O centenário do Armistício da Grande Guerra vai ser assinalado no domingo com o maior desfile militar desde há 100 anos na Avenida da Liberdade, Lisboa, uma iniciativa que visa a “preservação da memória” e homenagear a paz.

O desfile é organizado pela Liga dos Combatentes e pelo Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA) e vai obrigar a medidas especiais de segurança e a restrições de trânsito na cidade a partir das 22:00 de hoje, no alto do Parque Eduardo VII.

Em conferência de imprensa, o porta-voz do EMGFA, comandante Coelho Dias, admitiu que a cerimónia, com mais de 4.500 militares e polícias a desfilar na Avenida, é a maior “desde há cem anos”, sublinhando que o propósito é “homenagear a paz” e “honrar a memória” dos cem mil portugueses que combateram na I Guerra Mundial (1914/1918) e os 7.500 que morreram no conflito.

“Honrar a memória”, prestar “a devida homenagem e estimular o orgulho nacional” é também “um ato de cidadania”, disse o porta-voz do EMGFA, chefiado pelo almirante António Silva Ribeiro.

A iniciativa, organizada pela Liga dos Combatentes e pelo Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA), é presidida pelo Presidente da República e Comandante Supremo das Forças Armadas, Marcelo Rebelo de Sousa, que discursará pelas 11:30.

Presente na conferência de imprensa, o intendente Alexandre Coimbra, da PSP, adiantou que no sábado haverá cortes de trânsito na baixa da cidade a partir das 14:00 e no domingo a partir das 08:00, apelando para que os cidadãos que queiram assistir ao desfile utilizem os transportes públicos, especialmente o metropolitano, com a ressalva de que a estação Avenida estará encerrada.

Quanto às medidas especiais de segurança, a Avenida da Liberdade estará delimitada em zonas para o público, com gradeamentos e carris anti-veículo.

A operação não prevê controlo de acessos mas envolverá “alguns milhares de polícias” de várias unidades face ao “risco significativo” que a PSP associa a iniciativas desta dimensão e com a presença de altas entidades.

A cerimónia militar integra 3.437 militares das Forças Armadas, 390 militares da GNR, 390 polícias da PSP, 160 antigos combatentes, 80 militares de forças estrangeiras [Alemanha, Estados Unidos da América, França e Reino Unido], e 180 alunos do Colégio Militar e dos Pupilos do Exército.

A cerimónia conta ainda com 111 viaturas e motos das forças de segurança, 86 cavalos e 78 viaturas das Forças Armadas. A completar o dispositivo da cerimónia, haverá uma componente naval, com uma fragata e um navio de patrulha oceânico fundeados no Tejo, e a formação de aeronaves F-16, para passagem aérea durante a homenagem aos mortos.

Portugal participou na Grande Guerra com cerca de cem mil homens ao lado dos aliados, enviando para a frente ocidental o Corpo Expedicionário Português, em 1917.

Os soldados portugueses estiveram também presentes na frente de Angola, em 1914-1915, em Moçambique, entre 1914 e 1918, e em França, em 1917 e 1918.

SF // JPS

Lusa/fim

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