Madeira perdeu 7.000 alunos nos últimos seis ano
O ano letivo começa na segunda-feira na Madeira com 45 mil alunos, menos 7.000 em comparação com 2012, tendo o Governo Regional garantido esta quarta-feira que estão reunidas as condições para que o ano decorra com a “maior tranquilidade”.
“Estão criadas todas as condições para que este novo ano letivo possa desenvolver-se com a maior das tranquilidades”, declarou o secretário regional da Educação, Jorge Carvalho, na apresentação do novo ano escolar.
O governante insular realçou que a Madeira, “em seis anos, perdeu 7.000 alunos”, apontando que o ano letivo de 2012 foi frequentado por 52.200 estudantes e que, no que agora se inicia, 45.000 alunos estão matriculados, uma situação que considerou “grave”.
A redução da taxa de natalidade, que há seis anos foi de 2.047 crianças, tem vindo a decrescer, situando-se entre os 1.500 e 1.900 nascimentos, apontou.
“Em 2030 teremos pouco mais de 30 mil alunos”, perspetivou, acrescentando ser necessário ter em conta que existe uma rede escolar, um corpo docente onde 93% tem vínculo à região, pelo que é preciso “operacionalizar todo o sistema educativo”.
Jorge Carvalho salientou que devido a esta situação, o Governo Regional da Madeira introduziu “o conceito das fusões e tem encerrado alguns estabelecimentos de ensino”, conceito que foi “evoluindo, primeiro ao nível do 1.º ciclo de educação de infância”.
Este ano, o Governo Regional decidiu continuar “a ajustar a rede escolar, juntar as escolas de 2.º e 3.º ciclos da Fajã da Ovelha com a básica da Calheta e a do Curral das Freiras com a de Santo António”.
Este é “um processo visando a socialização dos alunos e acima de tudo com preocupações do ponto de vista pedagógico”, realçou.
O responsável destacou também que a “afetação e contratação dos professores decorreu de forma acertada e tranquila”.
Jorge Carvalho admitiu que os concursos relativos à colocação de docentes poderiam realizar-se “mais cedo”, mas o executivo madeirense entendeu que “a forma mais justa e mais transparente deverá ser nos ‘timings’ em que ocorreram”.
“Porque foi possível disponibilizar todas as vagas, depois de termos apurado os 62 professores que deixaram os quadros da região, ingressando nos do continente e dos Açores, depois de termos retirado do sistema os cerca de 500 professores destacados numa série de outros sistemas sociais e de ter retirado os 15% que as direções das escolas têm a possibilidade de recrutar”, argumentou.
O governante sublinhou que o procedimento adotado “permitiu que todas as vagas fossem a concurso [quatro anos]”, o que possibilitou aos docentes “optar e ficar colocado onde a graduação assim permitia”.
Ainda realçou que a aposta é num “desempenho dos professores gratificante”, destacando que a secretaria da Educação madeirense assumiu “o compromisso” com os docentes no arquipélago “de recuperar de forma integral todo o tempo de serviço que esteve congelado”.
“Foi possível também reunir todos os recursos necessário e em termos procedimentais”, o que contraria “todos os que vaticinaram um cenário catastrófico para o início do ano letivo, os que prognosticaram que seria uma tragédia para os docentes a alteração dos quadros de zona”, sublinhou.
Jorge Carvalho sustentou que o executivo regional está “ciente de estar numa rota de melhoria global da Educação”, até porque “todos os indicadores levam a percecionar esse principio”.
Para tal, realçou os dados do sucesso escolar, tendo a Madeira no ano escolar anterior taxas de 95% de aprovação ao nível do 1.º ciclo e de 83% no ensino secundário, o que é “extremamente animador e demonstrativo que todas as estratégias adotadas têm contribuído para esse sucesso”.
Uma ampla literacia dos jovens, a aposta nas competências digitais, de que é exemplo a apetência pelos projetos de robótica, devendo a área digital passar a fazer parte da sala de aulas, foram aspetos que destacou.
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