Língua e mais deputados pela emigração entre prioridades de candidatos a conselheiros no Canadá

O associativismo, a manutenção da língua portuguesa e o reforço do número de deputados eleitos nas comunidades são algumas das prioridades dos candidatos ao conselho das comunidades no Canadá para as eleições de 26 de novembro.

O antigo deputado social-democrata Laurentino Esteves, de 55 anos, lidera a única lista apresentada pela área de jurisdição do Consulado Geral de Portugal em Toronto, tendo como uma das prioridades o associativismo, o “motor de qualquer comunidade”.

“Toronto tem um movimento associativo muito ativo, disperso, é preciso dar esse sinal ao Estado português. Quando se elaboram apoios ao associativismo não pode haver um critério geral, pois há realidades específicas em cada comunidade”, afirmou.

Na opinião do candidato, Toronto tem realidades distintas e carências que “é necessário apoiar”.

“Esta é uma das iniciativas que iremos aconselhar junto do Estado português para que os apoios ao associativismo sejam direcionados onde realmente fazem falta e onde é preciso puxar por aquelas associações que estão com mais dificuldades”, prometeu.

O ex-gerente comercial foi deputado na Assembleia da República pelo circulo eleitoral fora da Europa em 2002 e também já integrou o conselho das comunidades entre 1997 e 2007. Atualmente é Conselheiro Nacional do PSD para as Comunidades Portuguesas Fora da Europa.

A pandemia veio confirmar as “dificuldades que as associações tinham pela frente”, daí que seja necessário fazer chegar a mensagem ao “Governo português” para que tenha “mais atenção a uma nova realidade do associativismo”, principalmente nas comunidades mais antigas, como é o caso de Toronto.

“As associações estão envelhecidas, as gerações estão cansadas, é necessário tomar medidas para que o associativismo não morra. Morrendo a língua e o associativismo, perde-se a comunidade em si”, lamentou.   

A lista independente ‘Pela Comunidade’ liderada por Laurentino Esteves, tem ainda como candidatos efetivos Kátia Caramujo e Paulo António Pereira e como suplentes Clara e Miguel Magalhães, e Manela Silva Naya.

A candidatura tem como principais pilares, o movimento associativo, ensino e língua portuguesa e cultura portuguesa.

Por Montreal e Otava, Daniel Loureiro, de 33 anos, vai recandidatar-se, após as eleições de 2015.

O jornalista pretende “continuar a contribuir pelo bem da comunidade”, reconhecendo que nos últimos anos, ter sido o único conselheiro das comunidades no Canadá, não tem sido fácil “chegar a tudo e a todos”.

No entanto, o candidato reconhece que ainda “há muito trabalho a ser desenvolvido” e assumiu que gostava de ver uma “maior representação das comunidades portuguesas no mundo”.

“Gostava que no próximo mandato se trabalhasse para aumentar do número de deputados eleitos pela emigração. Neste momento são quatro e o meu objetivo é começar esta luta, que caso haja uma vitória, só deverá ter resultados práticos talvez daqui a dez anos”, realçou.

Os eleitores na diáspora são cerca de 1,5 milhões, “não podem ser representados só por quatro deputados”, mas há também outros desafios, que possam pela “manutenção da língua portuguesa”.

A candidatura liderada por Daniel Loureiro tem como suplente Clementina Santos e é também a única apresentada por Montreal e Otava.

As eleições para o conselho das comunidades realizam-se no dia 26 de novembro, após as alterações à lei que regula o funcionamento deste órgão consultivo do governo para as políticas relativas às comunidades portuguesas no estrangeiro.

A lei alterou o número de conselheiro de 80 para 90, seis deles no Canadá, três na jurisdição consular de Toronto, e um por Montreal e Otava e outro por Vancouver, neste último não se apresentaram candidatos.

SEYM // VM

Lusa/Fim

(Visited 13 times, 1 visits today)

You might be interested in