Governo enaltece sucesso de empresas portuguesas de construção no mercado dos EUA
O secretário de Estado da Internacionalização, Bernardo Ivo Cruz, enalteceu na quarta-feira os “incontáveis exemplos de sucesso” das empresas portuguesas do ramo da construção civil num mercado “muito difícil e competitivo” como o norte-americano.
Em declarações à Lusa no Seminário Anual da Rede de Empreendedores da Construção (CENSE, na sigla em inglês), na cidade norte-americana de Newark, o secretário de Estado saudou a presença de dezenas de empresas luso-americanas no evento, realçando que muitas viajaram de propósito de Portugal para ali explorarem oportunidades de negócio.
“Basta olhar à nossa volta: temos uma sala enorme, cheia de empresas que vieram de Portugal e de empresas de portugueses que se constituíram aqui, no estado de Nova Jérsia, no setor da construção. Isto é extraordinário. É a força da comunidade portuguesa, dos negócios portugueses, da língua portuguesa, que está aqui nesta sala a comemorar o muito que consegue fazer num mercado muito difícil, muito competitivo, um mercado onde está toda a gente”, assinalou.
Ivo Cruz destacou que existem “incontáveis exemplos de sucesso” de empresários luso-americanos e explicou que ninguém chega desamparado aos Estados Unidos, uma vez que há um forte apoio quer da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), quer da própria comunidade portuguesa já enraizada em solo norte-americano.
“A comunidade portuguesa é uma comunidade bem instalada, bem integrada, que faz valer a sua voz e que tem importância económica, política e social no estado e na região. (…) Acho que não há más histórias nesta sala, só histórias de sucesso”, avaliou.
“Há uma solidariedade entre aqueles que já nasceram cá, aqueles que já chegaram há alguns anos e aqueles estão a chegar agora. As empresas não chegam desamparadas. Chegam apoiadas pela AICEP, mas sabem também que há uma rede de portugueses que pode contratá-los e ajudá-los a fazer essa ponte de uma forma muito integrada e planeada. Há lugar para todos, ninguém fica desamparado e quantos mais quiserem vir, mais serão bem-vindos”, acrescentou o secretário de Estado.
Dezenas de empresários luso-americanos do ramo da construção civil reuniram-se na quarta-feira em Newark, no estado de Nova Jérsia, para explorar oportunidades de negócio a partir do plano do Governo de Joe Biden para renovação das infraestruturas nacionais relacionadas com estradas, pontes, vias férreas, fornecimento energético e serviços de abastecimento de água.
Estiveram presentes no evento companhias com volume de negócios diversificado, mas com elevada presença no ramo da construção civil, quer predial, quer de infraestruturas, nos vários estados norte-americanos em que estão sediadas, como a Power Concrete, Tavares Concrete Company, Highway Traffic Control, Roy Rock, entre muitas outras.
Ao nível de representantes políticos, além do secretário de Estado da Internacionalização, estiveram ainda figuras como o secretário-geral do PSD, Hugo Soares; o coordenador do secretariado das Comunidades Portuguesas do PSD, José Cesário; o novo cônsul-geral de Portugal em Newark, Luís Sequeira; assim como um representante do Governo estadual de Newark.
À Lusa, Hugo Soares indicou que ao longo do seminário tentou transmitir a ideia de que os norte-americanos “podem mesmo apostar nos empresários portugueses, porque sabem fazer tão bem ou melhor do que os outros”.
“A mensagem é de afirmação da qualidade do nosso tecido empresarial também aqui nos Estados Unidos. Aos que aqui estão, que fizeram aqui os seus negócios, o meu apelo é para que possam investir em Portugal”, exortou.
O secretário-geral do PSD avaliou que Portugal ainda precisa de trabalhar a sua legislação laboral para se tornar um país “verdadeiramente amigo do investimento estrangeiro”, apesar de acreditar que não faltam outros fatores de atração.
“Portugal não é hoje – mas nós procuramos e queremos que venha a ser – um país verdadeiramente amigo do investimento estrangeiro, que consiga captar investimento externo e para isso nós precisamos de estabilidade fiscal. Precisamos de baixar a fiscalidade em Portugal. Precisamos de flexibilizar, um pouco à semelhança do que já acontece nos Estados Unidos, a legislação laboral e a partir daí procurar captar investimento. Porque Portugal é um país onde os negócios podem acontecer, onde é bom viver e para os norte americanos é uma grande oportunidade”, disse.
Hugo Soares acredita ainda que os empresários portugueses são “vistos com bons olhos” em solo norte-americano e que têm “uma qualidade de negócio e uma capacidade de criar riqueza tremenda”.
O secretário-geral do PSD disse ainda à Lusa que viu algumas empresas a formalizarem bons contratos neste seminário – promovido pela empresa luso-americana Media Consult – , esperando que isso se reflita na balança de exportações de bens e serviços de Portugal.
Já Luís Sequeira considerou que o evento transmitiu uma imagem de “grande vitalidade” de Portugal e da economia portuguesa.
“Este evento oferece muito boas oportunidades para se fazer negócio com empresários portugueses, luso-americanos e também norte-americanos. O facto de estarem aqui presentes empresários que se deslocaram de Portugal para Nova Jérsia também é uma prova do interesse de Portugal em investir e receber investimento norte-americano”, disse o cônsul.
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