Governo contraria reitores e diz que pretende reforçar parceiras com universidades dos EUA
A ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior disse hoje que o Governo pretende reforçar as parcerias com universidades estrangeiras, depois de os reitores portugueses terem defendido a suspensão dos acordos com três instituições norte-americanas.
“Nós queremos reforçar parcerias com as melhores universidades, não quer dizer que sejam só americanas”, afirmou Elvira Fortunato em conferência de imprensa, no final da reunião do Conselho de Ministros, que decorreu hoje em Aveiro.
A ministra comentava declarações do presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) que, há duas semanas, pediu a suspensão das parcerias com três universidades norte-americanas, que receberam quase 310 milhões de euros, lembrando que existem instituições de investigação nacionais em dificuldades porque o dinheiro é escasso.
Elvira Fortunato explicou que as parceiras em causa, com Carnegie Mellon University, o Massachussetts Institute of Technology e a University of Texas at Austin, terminam no final do ano, mas, contrariando as pretensões dos reitores, adiantou que o Governo pretende reforçar a colaboração com instituições de ensino superior estrangeiras.
No caso concreto de universidades norte-americanas, foi já celebrado um protocolo com a Stanford University para a área da sustentabilidade e com a University of California, Berkeley, em todas as áreas científicas.
Por outro lado, sublinhou também a colaboração com instituições de ensino superior europeias, além dos 14 consórcios em que Portugal está já envolvido.
“Queremos reforçar esses consórcios e para já o que temos é um reforço em termos de bolsas para alunos de doutoramento, para que possam fazer o doutoramento com grau duplo entre as universidades europeias”, referiu.
O governo português pretende também aumentar o envolvimento das instituições portuguesas no que respeita ao desenvolvimento de projetos, incentivando docentes e investigadores “a concorrerem a fundos europeus e serem mais competitivos”.
Da parte dos reitores, António Sousa Pereira considera que os protocolos com as universidades norte-americanas não fazem sentido atualmente e explicou que há hoje organismos nacionais, que em 2006 e 2007 não existiam e que a falta de financiamento não lhes “permite estar a trabalhar, porque o dinheiro é escasso”.
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