Ex-polícia de Nova Iorque condenado a 10 anos de prisão pela invasão do Capitólio
Um agente reformado da polícia de Nova Iorque foi condenado esta quinta-feira a 10 anos de prisão, a maior pena aplicada até agora pela invasão do Capitólio dos EUA, ocorrida em janeiro de 2021.
A sentença aplicada a Thomas Webster é a mais longa até agora entre cerca de 250 pessoas condenadas pelo seu comportamento durante o motim, em que apoiantes do republicano Donald Trump, incentivados por este, procuraram impedir a certificação da vitória eleitoral do democrata Joe Biden, invadindo o Congresso norte-americano.
A segunda pena mais longa foi aplicada a outros dois manifestantes, condenados em separado a sete anos e três meses de prisão.
Webster, de 56 anos, um veterano de 20 anos da polícia de Nova Iorque, foi o primeiro ser julgado por agressão e o primeiro a apresentar um argumento de legítima defesa.
O júri rejeitou esta alegação de Webster, de que se estaria a defender quando atacou um agente do Polícia Metropolitana.
O juiz distrital dos EUA, Amit Mehta condenou Webster a mais três anos de liberdade supervisionada e permitiu que se apresentasse na cadeia numa data a ser determinada, em vez de ordenar imediatamente a sua prisão.
“Não acho que você seja má pessoa. Acho que foi apanhado no momento, mas, como sabe, até mesmo ser apanhado num momento tem consequências”, salientou o juiz.
Webster apresentou desculpas para o agente que agrediu, presente na sala, mas não se dirigiu ao juiz, referindo apenas que gostaria de nunca se ter deslocado a Washington.
“Gostaria que os eventos horríveis daquele dia nunca tivessem acontecido”, salientou.
Os procuradores federais tinham pedido uma pena de prisão de 17 anos e seis meses.
O advogado de defesa do ex-polícia, James Monroe, referiu durante o processo que a multidão foi “guiada por políticos sem escrúpulos” que promoveram a mentira de que a eleição presidencial de 2020 foi roubada ao candidato republicano.
Em maio, os jurados tinham deliberado em menos de três horas que Webster era culpado de todas as seis acusações, incluindo de que agrediu o polícia com uma arma perigosa, um mastro de metal.
Também na quinta-feira, um homem de Nova Jersey declarou-se culpado por utilizar ‘spray’ de pimenta em polícias, incluindo um que morreu mais tarde.
O oficial Brian Sicknick sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) no dia seguinte ao motim e morreu de causas naturais.
Julian Khater, de 33 anos, pode ser condenado até 20 anos de prisão, embora seja previsível que a condenação seja entre seis e oito anos, estando a audiência marcada para dezembro.
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