Ex-conselheiro de Trump condenado por desafiar investigação no Congresso
Peter Navarro — que se recusou a colaborar com o Congresso na investigação sobre a invasão do Capitólio em 06 de janeiro de 2021 por apoiantes de Trump – foi o segundo assessor deste ex-presidente a ser condenado por desrespeito ao Congresso, depois do ex-conselheiro da Casa Branca Steve Bannon, que também foi alvo de uma sentença de quatro meses, mas permanece em liberdade enquanto aguarda recurso.
De acordo com o site Notícias ao Minuto, Navarro foi considerado culpado de desafiar uma intimação para obter documentos e um depoimento do comité da Câmara de Representantes.
O ex-funcionário serviu como conselheiro comercial na Casa Branca no mandato de Donald Trump e, mais tarde, foi um dos defensores das alegações infundadas do ex-Presidente republicano de fraude eleitoral nas eleições de 2020.
Navarro já prometeu recorrer da sentença, alegando que não pode cooperar com o comité do Congresso porque Trump invocou o privilégio executivo para não ser investigado por ações cometidas enquanto ocupava a Casa Branca.
No entanto, um juiz proibiu-o de apresentar esse argumento no julgamento, concluindo que ele não demonstrou que Trump o tinha realmente invocado.
Navarro disse em tribunal que o comité da Câmara de Representantes que investigava o ataque de 06 de janeiro o levou a acreditar que o Congresso aceitara a sua invocação de privilégio executivo.
“Ninguém na minha posição deveria ser colocado em conflito entre o poder legislativo e o poder executivo”, alegou Navarro perante o juiz.
O juiz reconheceu que foi preciso muita coragem da parte de Navarro para afirmar que aceitava a responsabilidade pelas suas ações, ao mesmo tempo que sugeriu que a sua acusação tinha motivação política.
“Você não é uma vítima. Não é objeto de um processo político. (…) Estas são circunstâncias que você mesmo criou”, explicou o juiz.
Os advogados de Navarro aconselharam-no a não se dirigir ao juiz, mas o ex-conselheiro da Casa Branca disse que queria falar depois de ouvir o tribunal expressar o seu desapontamento com o seu comportamento, para dizer que ficou inseguro sobre a reação que deveria ter neste caso.
O juiz permitiu que a defesa de Navarro apresente um pedido para autorização para que este permaneça em liberdade enquanto aguarda recurso.
A sentença de Navarro ocorre depois de um juiz ter rejeitado a sua proposta para a realização de um novo julgamento.
Os seus advogados argumentaram que os jurados podem ter sido indevidamente influenciados por manifestantes políticos fora do tribunal quando fizeram uma pausa nas deliberações.
Contudo, o juiz distrital dos EUA Amit Mehta concluiu que Navarro não demonstrou que o intervalo de oito minutos tenha tido qualquer efeito no veredicto de setembro.