Eventos nos Estados Unidos promovem Portugal como destino de negócio e emigração

Dois eventos marcados para junho na Califórnia e Nova Iorque vão promover Portugal como destino de negócios e emigração junto de norte-americanos interessados em mudar de país. 

Os eventos, intitulados “Living in Portugal”, são organizados pela empresa algarvia Open Media e contarão com várias empresas portuguesas em áreas como imobiliário, advocacia e tecnologia. Estão marcados para 24 de junho no hotel Palace em São Francisco e 27 de junho no hotel Martinique, em Nova Iorque. 

Este será o segundo ‘roadshow’ do ano desenhado para atrair norte-americanos que queiram emigrar para Portugal, depois de duas datas bem-sucedidas em fevereiro em Los Angeles e São Francisco, que somaram cerca de 280 participantes. 

“As empresas fizeram bons contactos”, disse à Lusa Bruce Hawker, CEO da Open Media, sublinhando o sucesso particular do evento em São Francisco. 

“O que todas as empresas participantes sentiram em São Francisco é que o público estava muito melhor informado e mais pronto a mudar-se para Portugal do que o público de Los Angeles, que era um público mais curioso”, explicou. 

O interesse em São Francisco foi tão grande que a capacidade do evento esgotou várias semanas antes, levando a Open Media a decidir repetir a ida à cidade californiana neste segundo ‘roadshow’. 

O público-alvo, disse Bruce Hawker, é variado. “Em ambos os locais tivemos um mix de reformados, que querem ir para Portugal para a reforma, e também de pessoas mais jovens, interessadas em tecnologia, os chamados nómadas digitais”.

O responsável antecipa que, nestas novas datas, poderá haver maior interesse relacionado com comunidades lusas, sendo que no primeiro ‘roadshow’ 90% dos participantes eram norte-americanos. 

“Em Nova Iorque, estou à espera de mais portugueses de segunda e terceira geração, porque há uma enorme comunidade nos arredores, especialmente em Newark e muitos com grande poder de compra”, frisou Bruce Hawker.

Uma empresa que esteve presente em fevereiro e vai voltar é o ‘resort’ de luxo Ombria Algarve, depois de exceder as expectativas na abordagem inicial. 

“Conseguimos gerar muito interesse fazendo novos contactos [com] residentes na Califórnia”, disse à Lusa o diretor de marketing João Richard Costa, explicando que vários clientes que já investiram no Ombria apareceram nos eventos com amigos interessados em viver em Portugal. 

“Procuramos atingir residentes destas cidades que tenham interesse em mudar-se para vir viver no Algarve em busca de um estilo de vida equilibrado e mais ligado à natureza”, afirmou o responsável. João Richard Costa considerou que São Francisco tem um potencial “muito grande” e que em Nova Iorque há também “muito interesse em Portugal”. 

Costa referiu que é notório o aumento do interesse de norte-americanos no país, nomeadamente no Algarve. “As razões mais comuns que os americanos com quem falamos mencionam são um custo de vida acessível, qualidade de vida elevada, segurança, serviços de saúde de qualidade e um clima excelente”, frisou. 

Outra empresa que voltará a estar no ‘roadshow’ é a Dengun, liderada por Miguel Fernandes, uma agência digital e “startup studio” vocacionada para a área tecnológica. 

“O nosso objetivo é falarmos com todas as pessoas que estejam a considerar vir para Portugal e explicar-lhes o que temos em todo o ecossistema de inovação e tecnologia”, disse o executivo, que já tem nos Estados Unidos cerca de 80% dos clientes da empresa. 

Miguel Fernandes também participa no ‘roadshow’ em representação do Algarve Tech Hub, que descreve como “um movimento regional para posicionar o Algarve como um dos melhores destinos de ‘lifestyle’ para estrangeiros”. O responsável disse que há interesse em atrair um público com boas redes de contactos e mentalidade empreendedora. 

A ideia é apresentar Portugal (e o Algarve) como um pólo digital. “Portugal é o melhor sítio do mundo para se viver mas também tem tecnologia e ‘hubs’ de inovação”, resumiu Miguel Fernandes. 

O executivo notou que os Estados Unidos “acordaram” para as vantagens de Portugal “há dois ou três anos”, num interesse que é aliciante por ser um mercado com “bastante capacidade financeira, know-how [conhecimento] e know-who [relações profissionais]”. 

Os dados do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) indicam que, no final de 2021, foram registados quase sete mil novos residentes vindos dos Estados Unidos, o que representou um crescimento de 45%.

Segundo Bruce Hawker, a intenção da Open Media é fazer mais ‘roadshows’ deste tipo em 2024, de olhos postos em cidades como Boston, Washington e Miami.

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Lusa/Fim

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