EUA voltam a considerar os Huthis como entidade terrorista
Os Estados Unidos anunciaram hoje que voltaram a designar os Huthi iemenitas, apoiados pelo Irão, como uma entidade terrorista, após os seus ataques a navios mercantes no Mar Vermelho, recuperando sanções retiradas em 2021.
No entanto, esta sanção só entrará em vigor dentro de 30 dias, ou seja, em 16 de fevereiro, informou um alto funcionário norte-americano.
Os Huthis fazem parte do que os EUA descrevem como um “eixo de resistência” contra Israel, que inclui grupos apoiados pelo Irão, como o Hamas palestiniano e o Hezbollah libanês.
Os Estados Unidos tinham retirado os Huthis da sua lista de “organizações terroristas” em fevereiro de 2021.
“Apesar dos nossos repetidos apelos e da diplomacia ativa, os ataques não pararam”, lamentou um outro responsável norte-americano, para quem os ataques dos Huthi no Mar Vermelho são um exemplo claro de “terrorismo e violação do direito internacional e uma grande ameaça ao comércio mundial”.
O anúncio ocorre no momento em que os militares dos EUA realizam ataques no Iémen, visando instalações de lançamento de mísseis dos Huthis que representam uma ameaça a navios mercantes e militares.
Na terça-feira, os EUA realizaram uma terceira operação contra os Huthis no espaço de uma semana.
Na semana passada, os ataques dos EUA e do Reino Unido atingiram quase 30 locais no Iémen.
Em dezembro, os Estados Unidos tinham criado uma força naval multinacional para proteger o transporte marítimo no Mar Vermelho, uma rota de trânsito importante que representa até 12% do comércio global.
“Não estamos à procura de conflitos regionais, longe disso”, explicou o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, na terça-feira, no Fórum Económico Mundial, em Davos.
Ao optar pela qualificação de entidade “especialmente designada como terrorista a nível global”, em vez de outra qualificação como “organização terrorista estrangeira” – uma sanção mais ampla e genérica – os Estados Unidos pretendem manter o fluxo de ajuda humanitária para o Iémen.
“Tentamos sempre garantir que o impacto das nossas sanções seja o desejado (…), minimizando as consequências não intencionais”, explicou uma fonte diplomática dos EUA.
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