Estados Unidos querem reavaliar cooperação militar com a Arábia Saudita

O Presidente dos EUA, Joe Biden, quer reavaliar a cooperação militar do seu país com a Arábia Saudita, informou hoje a Casa Branca, depois de os sauditas se aliarem à Rússia no controlo de produção de petróleo.

O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, John Kirby, explicou que Biden “deixou muito claro que temos de continuar a reavaliar essa relação, que temos de estar preparados para a reconsiderar”.

“O Presidente está pronto para trabalhar com o Congresso, para ponderar sobre como esse relacionamento deve ser no futuro”, disse Kirby, durante uma entrevista televisiva.

A OPEP+ – organização de 13 membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo, liderado pela Arábia Saudita e por 10 outros membros, incluindo a Rússia – decidiu na semana passada reduzir a suas cotas de produção, num gesto que foi considerado uma afronta diplomática a Joe Biden.

O Presidente norte-americano viajou até à Arábia Saudita, em julho, para se encontrar com o príncipe herdeiro, Mohammed bin Salman, apesar dos problemas diplomáticos causados pelo assassínio do jornalista Jamal Khashoggi, atribuído à família real saudita.

Perante a decisão da OPEP+, o líder da comissão de Relações Internacionais do Senado dos EUA, Bob Menendez, ameaçou bloquear qualquer venda futura de armas à Arábia Saudita.

Dois outros democratas, o senador Richard Blumenthal e o membro da Câmara de Representantes Ro Khanna, escreveram um artigo no jornal Politico na mesma linha, argumentando que “a América não deve entregar o controlo de sistemas estratégicos de defesa a um país aparentemente aliado do nosso maior inimigo”, referindo-se às relações entre a Arábia Saudita e a Rússia.

Em agosto, Washington anunciou que venderia 300 mísseis Patriot para a Arábia Saudita, por 3,05 mil milhões de dólares (valor idêntico em euros).

A parceria entre os Estados Unidos e a Arábia Saudita foi assinada após o fim da Segunda Guerra Mundial, proporcionando ao reino proteção militar como contrapartida do acesso ao petróleo por parte dos norte-americanos.

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Lusa/Fim

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