Donald Trump acusa democratas de “abuso de poder”

O presidente norte-americano, Donald Trump, acusou esta terça-feira os democratas de protagonizarem o “maior abuso de poder da História” dos Estados Unidos, depois de terem lançado uma extensa investigação ao chefe de Estado.

“Os democratas fazem obstrução de justiça”, afirmou o presidente norte-americano, na rede social Twitter.

Para Donald Trump, os democratas “lançaram-se numa grande cruzada desesperada à procura de um crime, quando o verdadeiro crime foram eles que o cometeram”.

O líder da Comissão Judiciária do Congresso anunciou na segunda-feira que os democratas lançaram uma extensa investigação sobre o Donald Trump, averiguando as bases para um possível processo de ‘impeachment’ (destituição).

A investigação vai inquirir possíveis obstruções à justiça, corrupção e abuso de poder.

De acordo com Nadler, foram enviados pedidos de informação a 81 pessoas e organizações associadas direta ou indiretamente a Donald Trump, incluindo dois filhos do presidente, Eric e Donald Jr., e o seu genro, Jared Kushner.

A investigação tenta apurar alegadas ilegalidades que possam conduzir ao início de um processo de destituição do presidente, que pode ser ordenado pela Câmara dos Representantes, de maioria democrata, desde as eleições intercalares de novembro passado.

O Partido Democrata, contudo, continua a dizer que nada fará até serem conhecidos os resultados da investigação que está a ser conduzida pelo procurador especial Robert Mueller, que também averigua eventuais ilegalidades cometidas por pessoas associadas a Trump, nomeadamente uma ação de conluio com o governo russo para interferência nas eleições presidenciais de 2016.

Agora que os democratas detêm a maioria na Câmara, esta nova investigação é um sinal de que Trump corre sérios perigos políticos, mesmo que a investigação sobre conluio com o governo russo não seja consequente, obrigando o presidente a prestar esclarecimentos ao longo dos próximos meses, sobre diversas matérias.

O anúncio de Nadler acontece depois de também várias outras comissões do Congresso terem anunciado investigações separadas, que em alguns casos se sobrepõem, embora os líderes de cada uma delas digam que estão a trabalhar em conjunto.

A lista de 81 nomes a quem foram pedidos depoimentos e informações afeta todas as partes da vida de Trump, desde os seus negócios pessoais e empresariais, à sua campanha, passando pela comissão que supervisionou a transição de poder na Casa Branca.

A lista de inquiridos inclui dois dos filhos do presidente, Donald Trump Jr. e Eric Trump, e muitos de seus atuais e ex-assessores próximos, incluindo Steve Bannon.

O anúncio da nova investigação acontece dias depois de uma semana politicamente complicada para Trump, com o fracasso da cimeira com a Coreia do Norte, em Hanói, e com o seu ex-advogado pessoal, Michael Cohen, em depoimento ao Congresso a chamar-lhe publicamente “racista e vigarista”.

ACL/(RJP) // CSJ

Lusa/Fim

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