COP27: EUA e China retomam negociações para determinar questão das compensações

Estados Unidos e China retomaram hoje as conversações na Cimeira do Clima do Egipto (COP27), num novo passo de aproximação entre os dois países depois do encontro entre Biden e Xi Jinping esta semana.

O enviado especial da China para o clima, Xie Zhenhua, confirmou hoje numa conferência de imprensa que a colaboração sobre o clima entre os dois países foi renovada, numa altura em que não há ainda acordo sobre as contribuições dos maiores emissores mundiais de gases com efeito de estufa para ajudar as nações em desenvolvimento que suportam o peso do aquecimento global.

O descongelamento das relações entre os dois países segue-se a uma reunião entre o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o seu homólogo chinês, Xi Jinping, na reunião do G20 na Indonésia no início desta semana.

A cooperação Estados Unidos-China sobre o clima em 2014 ofereceu uma base fundamental para o Acordo de Paris um ano mais tarde, e elementos de uma declaração conjunta emitida pelos dois países no ano passado foram adotados no acordo de Glasgow.

Xie Zhenhua disse que os dois países concordaram em colocar na agenda formal de negociações a questão de como lidar com as perdas e danos nos países em desenvolvimento em resultado das alterações climáticas.

O mesmo responsável ressalvou que qualquer novo acordo deve ter em consideração o que ficou estabelecido no Acordo de Paris no que diz respeito às contribuições dos países desenvolvidos.

“A responsabilidade do financiamento cabe aos países desenvolvidos e é sua responsabilidade e obrigação”, disse Xie, porém “os países em desenvolvimento devem contribuir numa base voluntária. O Acordo de Paris deixou isto muito claro”, insistiu.

A questão de saber se os países com elevadas emissões, como a China, devem ou não contribuir para ajudar os países em desenvolvimento a enfrentar os danos provocados pelas alterações climáticas é um dos pontos controversos da COP27 em Sharm el-Sheikh.

A União Europeia está a pressionar no sentido da adoção de uma linguagem formal no acordo que permita a expansão da base de doadores em qualquer novo programa de compensação de perdas e danos e os Estados Unidos disseram também várias vezes que a China deveria contribuir para o financiamento de qualquer programa de compensação de perdas e danos.

O representante chinês argumentou que o seu país tem prestado apoio a outras nações em desenvolvimento sob a forma de ajuda a sistemas de alerta precoce, projetos de redução de emissões de carbono e desenvolvimento de energias renováveis.

Xie acrescentou que as discussões com o seu homólogo norte-americano, John Kerry, continuarão depois da reunião da COP27: “Acordámos que após esta COP continuaremos as nossas consultas formais”, confirmou.

APL // JPS

Lusa/Fim

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