Clube português no Canadá quer jovens inspirados nas gerações antigas

Uma associação portuguesa no Canadá quer, através do legado dos mais velhos, “inspirar os jovens a seguirem o mesmo caminho”, disse à Lusa uma fonte da direção.

“Um clube só com as paredes, sem história, sem as pessoas, sem o amor ao clube, não é nada. Estamos aqui para celebrar o passado, o presente e o futuro”, afirmou Rick Martins, presidente do Oriental Sport Club, em Cambridge, Ontário.

O dirigente falava durante a gala de antigos jogadores, treinadores e dirigentes, realizada no domingo à tarde (hora local), nas instalações do clube, com a presença de várias dezenas de convidados.

“O futuro é o que quisermos; se todos dermos um bocadinho para a comunidade, o nosso futuro será grande. O clube foi criado devido ao futebol, como se fosse uma religião. Estamos muito bem hoje em dia devido ao trabalho dos mais velhos”, acrescentou Rick Martins.

O ex-jogador João Maciel, que chegou ao clube com apenas 16 anos, lembrou um célebre jogo diante do Belenenses, em 1973, contra a equipa lisboeta que tinha ficado em segundo lugar na primeira divisão de Portugal: “Marcar um golo, numa primeira parte de um jogo que terminou 1-1, foi marcante na minha carreira. No entanto, o jogo acabou com um resultado de 7-1, favorável ao Belenenses”.

João Maciel reforçou a importância da história do Oriental, que remonta “à chegada dos primeiros portugueses a Cambridge”, destacando que o futebol sempre foi e “será uma peça fundamental”, tendo também “uma vertente muito importante na cultura portuguesa.”

Para Manuel Maciel, vice-presidente do Oriental Sport Club e responsável pelo futebol, a gala teve como objetivo “celebrar a história” da associação e também preparar o 65.º aniversário do clube em 2025.

“Estamos aqui para ajudar a comunidade e celebrar os momentos marcantes da história portuguesa, mas sem esquecer a história canadiana, um país que nos acolheu”, declarou.

O futuro do clube está a ser preparado com novos dirigentes, mais colaboradores e novos diretores, prometendo para o próximo ano a criação de mais três a quatro novas equipas de futebol.

“Agora, há que preparar o futuro com novos dirigentes, com mais colaboradores e com novos diretores”, frisou Manuel Maciel.

Com jogadores dos 12 aos 55 anos de idade, além de um grupo folclórico, o clube tem atualmente seis equipas, número que no próximo ano vai aumentar, daí ser necessária a “ajuda de todos”.

Apesar de ser uma associação portuguesa, o Oriental Sport Club está aberto a outras comunidades residentes no Canadá, como é o caso de Nomo-Armaan Jass, capitão da equipa de sub-21 de reservas.

“Estar aqui permite-me ter um grande impacto no futebol, ajudou-me muito na questão cultural, até porque uma parte da minha família é portuguesa. Espero ser o primeiro jogador profissional de futebol indiano a utilizar uma Juda na cabeça”, disse.

A jogadora luso-descendente da equipa de sub-21 do clube, Eva Castro, ingressou no Oriental nesta época desportiva, após algumas experiências positivas de amigos e familiares, realçando que o “valor de família e a herança cultural portuguesa” foram importantes na decisão.

De acordo com o recenseamento de 2021, residem no Canadá cerca de 450 mil pessoas de origem portuguesa. Nessa altura, Cambridge tinha uma população de 138.479 habitantes, sendo 10.935 (8%) portugueses.

SEYM // EJ

Lusa/Fim

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