Casa Branca defende “encerramento controlado” de Zaporijia para evitar desastre
Os Estados Unidos propuseram hoje um “encerramento controlado” dos reatores da central nuclear de Zaporijia, localizada no sul da Ucrânia e controlada pelas forças russas, defendendo que é a melhor forma de evitar um acidente grave.
“Continuamos a acreditar que o encerramento controlado dos reatores seria a opção mais segura e menos perigosa a curto prazo”, destacou John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA.
Os norte-americanos realçaram que a Rússia “militarizou” a maior instalação nuclear da Europa, no dia da partida de uma missão de 14 peritos da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) para a central de Zaporijia.
Kirby aplaudiu também o início da missão internacional, destacada para monitorizar a situação da central nuclear ‘in situ’.
Esta central foi tomada pelas forças russas cerca de duas semanas depois do início da ofensiva militar de Moscovo contra o país vizinho, em 24 de fevereiro.
Desde então, Ucrânia e Rússia têm trocado acusações sobre ataques realizados contra Zaporijia.
O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional norte-americano também avaliou a evolução da frente militar, destacando que as forças ucranianas têm uma “boa oportunidade” de recuperar terreno.
No início do dia, o Exército ucraniano garantiu que lançou uma ofensiva em diversas frentes no sul do país e que conseguiu romper uma primeira linha de defesa das tropas russas na região de Kherson.
Por outro lado, o Ministério da Defesa russo disse hoje que repeliu “tentativas de ofensivas” ucranianas em Kherson e Mykolaiv, no sul da Ucrânia, acrescentando que impôs “perdas pesadas”.
Embora por agora não seja completamente claro o alcance concreto das operações ucranianas, a Casa Branca adiantou que a Rússia já teve que transferir recursos do leste da Ucrânia para o sul, por temer perder parte do que conquistou nos últimos meses.
“Do ponto de vista estratégico, [a ofensiva ucraniana] já teve efeito sobre as capacidades militares russas dentro da Ucrânia”, sublinhou.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de quase 13 milhões de pessoas – mais de seis milhões de deslocados internos e quase sete milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa – justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções em todos os setores, da banca à energia e ao desporto.
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