Capitólio: Washington acolhe vigílias de grupos rivais de esquerda e de direita
A capital dos Estados Unidos, Washington D.C., será palco hoje de manifestações rivais, com grupos de esquerda e apoiantes do ex-Presidente Donald Trump, quando se assinala o primeiro aniversário do ataque ao Capitólio.
Um ajuntamento de mais de uma centena de grupos de esquerda, intitulada Declaração para a Democracia na América, vai fazer uma vigília numa praça adjacente ao Capitólio, e na convocatória os organizadores lembram que o dia 06 de janeiro de 2021 foi marcado por “um ataque violento e letal” contra a democracia e a liberdade dos eleitores para escolherem os líderes que os representam.
“Um ano depois, a mesma fação que atacou o nosso país em 06 de janeiro está a esforçar-se para silenciar as nossas vozes, restringindo o direito de voto, atacando representantes eleitos e preparando discretamente futuras tentativas de sabotar eleições livres e justas”, dizem os organizadores da vigília, no documento.
A coligação de grupos políticos de esquerda refere-se às 30 leis estaduais, promovidas pelos republicanos em 19 estados, sobre o direito de voto que, segundo os democratas, visam favorecer os conservadores nas próximas eleições intercalares de novembro deste ano e nas eleições presidenciais de 2024.
Ao mesmo tempo, a organização Look Ahead USA convocou outra vigília frente a uma das prisões de Washington, em homenagem às “centenas dos americanos que foram alvo de perseguição política por exercerem os seus direitos da Primeira Emenda no Capitólio dos Estados Unidos em 06 de janeiro de 2021”, referindo-se à emenda constitucional que garante as liberdades de religião, expressão, reunião e o direito de petição.
Os participantes dessa vigília também vão assinalar o assassinato de Ashli Babbit e de Rossane Boyland às mãos da polícia do Capitólio.
Babbit estava entre os manifestantes que invadiram o edifício do Capitólio, tendo percorrido um corredor que levava à sala da Câmara de Representantes, quando um agente de segurança disparou sobre ela, provocando a sua morte por ferimentos.
Boyland foi outra das apoiantes de Trump que, alegadamente, foi esmagada durante uma incursão dos invasores do Capitólio.
Em 06 de janeiro de 2021, centenas de apoiantes do ex-Presidente Trump invadiram a sede do Congresso, procurando travar a validação pelo Senado dos resultados eleitorais das presidenciais de 2020 que deram a vitória ao candidato democrata Joe Biden.
RJP // PDF
Lusa/Fim