Boeing sobe em Wall Street após autorização para o 737 MAX voltar a voar
As ações do construtor aeronáutico Boeing registavam hoje uma subida em Wall Street na sequência da autorização da Administração Federal Aérea (FAA), regulador norte-americano, para os aviões 737 MAX regressarem aos voos, após quase dois anos de interdição.
Os aviões 737 MAX estavam proibidos de voar desde 2019, na sequência de dois acidentes que fizeram 346 mortos, na Etiópia e na Indonésia.
Meia hora após o início das operações na bolsa de Nova Iorque, as ações da Boeing ganhavam 3,82% e lideravam os ganhos entre os 30 títulos que integram o índice Dow Jones.
Nos primeiros minutos, as ações da Boeing registaram subidas ainda maiores, mas recuaram.
A Boeing viveu uma prolongada crise pelos acidentes com o 737 MAX, o seu modelo mais vendido, o que lhe custou cerca de 20.000 milhões de dólares (16.856 milhões de euros), incluindo a compensação que tem de pagar pelas vítimas e indemnizações às companhias aéreas.
Como consequência, o grupo norte-americano perdeu uma parte importante do seu valor em bolsa.
Em março de 2019, pouco antes da proibição dos voos dos 737 MAX, as ações da Boeing chegaram a valer 440 dólares, enquanto agora, apesar dos últimos ganhos, estão abaixo de 220 dólares.
A empresa, à semelhança de outras do mesmo setor, também foi afetada pela pandemia de covid-19, que levou muitas companhias aéreas a cancelar encomendas de aviões de passageiros.
Várias modificações terão de ser feitas nos aviões antes destes poderem voltar a voar.
As companhias aéreas terão de realizar trabalhos de manutenção nos aparelhos que tenham estado imobilizados nas pistas dos aeroportos durante mais de 20 meses. Já as aeronaves armazenadas na Boeing, terão de ser examinadas por um inspetor da FAA antes de serem enviadas aos clientes.
Segundo a FAA, que trabalhou com a Boeing para remediar os problemas que levaram à interdição do modelo, as modificações no projeto e “nos procedimentos e treinos da tripulação darão confiança a todos os reguladores para aprovar o avião como seguro e voar nos seus respetivos países e regiões”.
EO (MC) // JNM
Lusa/fim