Biden pede desculpa por política escolar que afetou crianças nativas americanas

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pediu hoje desculpas às comunidades nativas americanas pela política escolar que separou as crianças indígenas dos seus pais por mais de 150 anos.

“O governo federal nunca se desculpou formalmente pelo que aconteceu, até hoje. Como presidente dos Estados Unidos, peço desculpas formalmente pelo que fizemos”, declarou, numa visita à comunidade indígena do Rio Gila, no estado do Arizona.

O chefe de Estado disse que esse fenómeno, ainda marcado por “abusos e mortes de crianças nativas americanas”, é “um pecado na alma” do país e reconheceu “não haver desculpas para um pedido de perdão demorar 50 anos”.

“As crianças chegavam à escola e eram despidas. Os seus cabelos, que lhes diziam ser sagrados, eram cortados. Os seus nomes eram literalmente apagados e substituídos por um número ou por um nome em inglês”, descreveu Biden.

O Presidente norte-americano lembrou ainda que houve crianças sujeitas a “trabalhos forçados”, adotadas sem o consentimento dos pais biológicos e outros “deixadas para morrer e enterradas em sepulturas não identificadas”.

“É um dos capítulos mais horríveis da história americana. A dor causada será sempre um sinal significativo de vergonha, uma mancha na história americana”, ressalvou.

Os internatos para crianças nativas americanas funcionaram entre o século XIX e 1969, tendo morrido nessas infraestruturas pelo menos 973 crianças, indica um relatório do Departamento do Interior dos Estados Unidos.

Pelo menos 18.000 crianças a partir dos quatro anos foram retiradas dos seus pais e obrigadas a frequentar escolas que promoviam um processo de assimilação cultural.

TYME // RBF

Lusa/Fim

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