Biden e Xi chegam a acordo para conter produção ilícita de fentanil
Os Presidentes dos Estados Unidos e da China chegaram na quarta-feira a um acordo para acabar com a produção ilícita de fentanil, um opioide que mata cerca de 200 norte-americanos por dia.
Joe Biden e Xi Jinping chegaram a um acordo para que o Governo chinês controle a saída do território de produtos químicos que os cartéis de droga mexicanos utilizam para fabricar fentanil e vendê-lo ilegalmente nos Estados Unidos, disse aos jornalistas um responsável norte-americano no final da reunião de mais de quatro horas entre os dois líderes.
A mesma fonte não adiantou pormenores sobre o acordo, mas, antes da reunião, que decorreu a cerca de 40 quilómetros do centro de São Francisco e à margem do fórum da Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC), um funcionário norte-americano já tinha antecipado que seria alcançado um acordo sobre um “pacote completo” de medidas.
De acordo com a agência Bloomberg, este pacote inclui o compromisso da China de perseguir as empresas que produzem precursores de fentanil, ou seja, produtos químicos utilizados como matéria-prima para fabricar este opioide.
Em troca, os Estados Unidos levantariam as sanções ao Instituto de Ciências Forenses do Ministério de Segurança Pública da China, sancionado durante o Governo de Donald Trump (2017-2021) por abusos contra minorias muçulmanas na região de Xinjiang, no noroeste do país, algo que Pequim nega.
Durante meses, a China questionou os pedidos de Washington para colaborar na luta contra o fentanil, ao mesmo tempo que continuavam as restrições a esse instituto forense, dedicado a investigações criminais, incluindo na área dos narcóticos.
Em 2021, as overdoses de fentanil causaram 70.601 mortes nos Estados Unidos, o que significa que cerca de 193 pessoas morreram diariamente por causa desta droga, de acordo com dados dos Centros de Prevenção e Controlo de Doenças norte-americanos.
Neste encontro, Joe Biden também pediu a Xi Jinping que “respeite o processo eleitoral” em Taiwan, indicou o mesmo responsável norte-americano.
“Pedimos aos chineses que respeitem o processo eleitoral em Taiwan”, disse o responsável, expressando “a determinação” de Washington “em defender a paz e a estabilidade” na região.
Já o Presidente chinês pediu a Biden para que “pare de armar Taiwan”, sublinhando que a reunificação “era inevitável”, disse a diplomacia chinesa.
A reunião entre os dois líderes é a primeira no espaço de um ano, depois de um encontro de cerca de três horas, em novembro de 2022, em Bali, na Indonésia, à margem da cimeira do G20.
A última vez que Xi se deslocou aos Estados Unidos foi em 2017, altura em que se reuniu com o então Presidente Donald Trump (2017-2021), na mansão do empresário em Mar-a-Lago, na Florida.
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