Atores e produtores regressam à mesa de negociações ao 103.º dia de greve

O Sindicato dos Atores de Cinema e Televisão da América (SAG-AFTRA) e a Aliança de Produtores de Cinema e Televisão (AMPTP) regressaram à mesa de negociações esta terça-feira, quando se assinalam 103 dias de greve.

“Hoje voltámos à mesa das negociações com a AMPTP. Mais um dia. Mais um dia forte. O tempo que for preciso”, publicou o sindicato dos artistas de Hollywood nas redes sociais, exigindo que os estúdios melhorem as condições de trabalho básicas, regulem a utilização da inteligência artificial e aumentem os direitos residuais.

Este último ponto, relacionado com os bónus que os profissionais recebem sempre que uma das suas produções é retransmitida num serviço de ‘streaming’, é um dos principais obstáculos nas negociações.

Após um impasse de duas semanas, as partes voltaram à mesa das negociações. Espera-se que a AMPTP apresente uma nova proposta, mas ainda não foram divulgados mais pormenores sobre o resultado do primeiro dia de negociações.

O objetivo dos estúdios é chegar a um consenso que evite o adiamento de filmes como o próximo “Missão: Impossível”, cuja estreia passou de junho de 2024 para maio de 2025, devido à greve.

O SAG-AFTRA reivindica um aumento de 11% do salário mínimo, bem como das contribuições para a segurança social e para as pensões. Estes pontos parecem estar ao alcance das negociações com a AMPTP há algumas semanas.

No entanto, a situação é mais difícil no que diz respeito aos direitos residuais: os atores propuseram, sem sucesso, uma taxa por subscritor em todas as plataformas de ‘streaming’ que custaria aos estúdios cerca de 500 milhões de dólares (472 milhões de euros) por ano.

Há duas semanas, a AMPTP concordou em aumentar os direitos residuais com base no número de espetadores, seguindo o modelo do acordo rubricado com o principal sindicato de argumentistas, mas longe dos valores que os atores de Hollywood pretendem.

O sindicato também quer estabelecer condições mínimas para a utilização da inteligência artificial, incluindo a indemnização dos profissionais e uma cláusula de consentimento.

JMC // VQ

Lusa/Fim

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