Africanos deportados dos EUA para o Gana foram devolvidos aos seus países

Catorze pessoas da África Ocidental deportadas dos Estados Unidos da América para o Gana foram enviadas para os seus países de origem, a Nigéria e a Gâmbia, anunciou hoje um ministro ganês.

Segundo o Notícias ao Minuto, as autoridades do Gana defenderam a aceitação dessas pessoas, expulsas dos Estados Unidos pelo governo liderado pelo Presidente Donald Trump, por razões humanitárias.

Os deportados, incluindo 13 nigerianos e um gambiano, “já regressaram aos seus países de origem”, afirmou Felix Kwakye Ofosu, ministro da Comunicação do Governo, citado pela agência Associated Press (AP).

Numa conferência de imprensa realizada hoje em Acra, o ministro dos Negócios Estrangeiros do Gana, Samuel Okudzeto Ablakwa, rejeitou as críticas de que a decisão representava uma retificação às políticas migratórias do presidente norte-americano, sublinhando que o Gana aceitou os deportados de países terceiros “puramente por princípio humanitário”.

O Gana anunciou, em 11 de setembro, que aceitou receber cidadãos da África Ocidental deportados dos EUA, juntando-se ao Ruanda, Sudão do Sul, Essuatíni e Uganda que também fecharam um acordo com Washington.

Também em 11 de setembro, o Sudão do Sul anunciou estar a negociar, com os respetivos países de origem, o repatriamento dos cidadãos que recebeu.

A administração Trump fez da expulsão de imigrantes ilegais uma das suas prioridades.

Uma politica que a investigadora Cátia Batista vê como uma forma de dissuasão à imigração, levando as pessoas a crer que serão enviadas “para os piores países do mundo”.

“Eu tenho feito bastante investigação sobre os determinantes da imigração irregular e sabe-se que a ‘ameaça de ser deportado’ é um dos fatores mais fortes de dissuasão de imigração irregular”, explicou à Lusa a cofundadora do centro de estudos Novafrica, da Nova School of Business and Economics (Nova SBE).

Estas pessoas estão a ser enviadas para um país terceiro e muitas destas nações estão em situações de guerra, como o Ruanda, ou de iminência, como é o caso do Sudão do Sul, ou “em situações em que os direitos básicos não são respeitados”, como no Essuatíni, referiu.

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