Rússia prolonga desaceleração de Twitter e ameaça YouTube e Facebook
As autoridades russas disseram hoje que continuarão a desacelerar a rede social Twitter no país, acusando-a de não ter removido todo o conteúdo considerado ilegal e ameaçando Facebook e YouTube com sanção semelhante.
A polícia russa da Internet, Roskomnadzor, impôs uma desaceleração na rede social Twitter em meados de março, acusando-a de permitir conteúdo que incita “menores ao suicídio”, “pornografia infantil” e informações sobre “uso de drogas”.
A Roskomnadzor deu à empresa que gere a rede social Twitter um mês para apagar esses conteúdos, sob pena de um bloqueio total potencial na Rússia, tendo prorrogado posteriormente esse ultimato para meados de maio.
Numa nota divulgada hoje, a agência disse que decidiu por enquanto não bloquear o Twitter após realizar uma auditoria que mostrou que a empresa norte-americana tinha removido mais de 90% das “informações proibidas”.
Ainda assim, a desaceleração da rede social foi mantida em dispositivos móveis, com a agência policial russa a dizer que o Twitter “expressou vontade e interesse em construir um diálogo construtivo” e fez “esforços” para cumprir a lei russa.
“No entanto, o levantamento completo das restrições impostas ao Twitter requer a remoção de todo o conteúdo ilegal identificado”, acrescentou a agência russa, sem especificar se a desaceleração no serviço irá terminar.
Além disso, a Roskomnadzor indicou ter identificado conteúdo ilegal “em outros ‘sites’, incluindo Facebook e YouTube” e acrescentou que “se essas plataformas não tomarem as medidas adequadas”, sanções semelhantes às que foram ditadas ao Twitter poderão ser aplicadas.
Na Rússia, a proliferação de medidas contra diversas redes sociais preocupa os movimentos críticos do regime do Presidente Vladimir Putin, que a olham como uma tentativa de sufocar a liberdade de expressão e dificultar o trabalho da oposição.
Em abril, o Twitter e depois o TikTok foram multados mais pesadamente do que o normal – 8,9 milhões de rublos (cerca de 99.000 euros) e 2,6 milhões (cerca de 29.000 euros), por não terem excluído mensagens “incitando menores” a manifestarem-se em apoio ao opositor preso Alexei Navalny.
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