Brexit: Portugal já era competitivo para empresas sediadas no Reino Unido, segundo a AICEP

O presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) afirmou, em entrevista à Lusa, que Portugal “já era competitivo para empresas sediadas no Reino Unido em determinados segmentos” antes do ‘Brexit’.

“A agência não olha para o ‘Brexit’ só como uma oportunidade. Quer queiramos, quer não, tem várias implicações para Portugal” a saída do Reino Unido da União Europeia (UE), afirmou Luís Castro Henriques, que está há um ano na presidência da AICEP.

“É preciso não esquecer que também é um mercado exportador muito relevante para o país”, acrescentou, salientando que a AICEP tem vindo a analisar a situação.

“A nossa análise, hoje em dia a meu ver, está mais do que consolidada” e indica que “antes do ‘Brexit’ Portugal já era competitivo para empresas sediadas no Reino Unido em determinados segmentos”, afirmou.

Como consequência da decisão da saída do Reino Unido da UE, o que Portugal fez foi “aumentar o número de contactos e a visibilidade” que o país poderia ter para essas empresas, continuou.

“Porque algumas empresas inexoravelmente terão de ter uma escolha na Europa continental”, em primeiro lugar, disse.

“Segundo, algumas dessas empresas já o estavam a planear independentemente do ‘Brexit’”, apontou, pelo que “o ‘Brexit’ poderá eventualmente acelerar um pouco esse processo”.

Em terceiro lugar, “nós achávamos que, tendo em conta” o talento português, “algumas bolsas de investimento já faziam sentido no pré-‘Brexit’ e, portanto, já estávamos a trabalhar nisso”, salientou Luís Castro Henriques.

“Aliás, já temos resultados concretos disso, talvez o exemplo mais visível que posso dar é a [tecnológica] Claranet, que aumentou de forma relevante o seu investimento em Portugal” recentemente, apontou.

Questionado sobre para quando a abertura da delegação da AICEP em Dublin (Irlanda), o presidente da AICEP apontou para 2019.

“Nós, à medida que formos tendo disponibilidade orçamental, iremos implementar as medidas do Plano Estratégico: a abertura em Dublin e Cantão é uma delas. Portanto, assim que conseguirmos ter meios para o fazer, fá-lo-emos”, afirmou.

“A nossa previsão, neste momento, é que essas aberturas possam ocorrer no início de 2019”, avançou.

ALU // CSJ

Lusa/Fim

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