Wall Street fecha mês em baixa com turbulência nas telecomunicações, geopolítica e juros
A bolsa nova-iorquina encerrou ontem em baixa, com os investidores a cederem aos problemas no setor das telecomunicações, a algum nervosismo na frente geopolítica e à aproximação de uma reunião do banco central dos EUA.
Os resultados definitivos da sessão indicam que o Dow Jones Industrial Average perdeu 0,61%, para os 24.163,15 pontos.
Da mesma forma, o Nasdaq cedeu 0,75%, para as 7.066,27 unidades, e o S&P500 recuou 0,82%, para os 2.648,05 pontos.
Contudo, os índices tinham iniciado a sessão em alta, graças à divulgação de resultados acima do esperado pela McDonalds.
No seu conjunto, as empresas cotadas em Wall Street devem ver o seu lucro por ação aumentar em 23,2% no primeiro trimestre, segundo a estimativa mais recente do gabinete de análise FactSet.
Mas “as expectativas eram de tal modo elevadas que, mesmo quando as empresas as superam, é complicado para os investidores mostrarem-se ainda mais otimistas”, considerou Kate Warne, da Edward Jones, sublinhando que os operadores “têm tendência a realizar ganhos quando os resultados são bons”.
Os índices, entretanto, começaram a descer durante a sessão “quando as inquietações geopolíticas ganharam o ascendente sobre os elementos fundamentais”, avançou Art Hogan, da Wunderlich Securities.
Os investidores reagiram designadamente às acusações do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, relativas à existência de um programa nuclear secreto iraniano, bem como pelo intensificar de tensões comerciais, à medida que se aproxima o prazo dado pelos EUA a alguns parceiros, como a União Europeia, sobre as taxas a aplicar nas importações de aço e alumínio.
A subida recente das taxas de juro continua a ser uma fonte de ansiedade, quando a Reserva Federal (Fed) realiza na terça e quarta-feira uma reunião de política monetária.
Os investidores não esperam uma subida das taxas de juro, mas admitem que a Fed, no comunicado final, mencione a subida da inflação. Um índice do Departamento do Comércio, o PCE, divulgado hoje, revelou que a taxa de inflação atingiu o objetivo dos 2%, que o banco central considera saudável para a economia.
Mas, agora, “os investidores receiam que a subida das taxas trave no médio prazo a subida dos lucros”, destacou Kate Warne.
Por outro lado, também as fortes descidas em vários grupos de telecomunicações arrastaram as cotações para baixo.
A Sprint e a T-Mobile caíram respetivamente 13,69% e 6,22% no dia seguinte à oficialização da sua fusão.
Vários observadores admitem que a operação seja bloqueada pelas autoridades da concorrência.
RN // ARA
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